BELO HORIZONTE - O comando político da campanha do candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirma estar com dificuldades para arrecadar recursos financeiros, e isso vem-se refletindo no ânimo dos aliados nos estados. O motivo, segundo alega um dos coordenadores, que não quer se expor, "é o candidato que não empolga".
"A campanha está muito devagar em todo o País, e isso me surpreendeu muito", reconheceu o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), que cobrou ontem mais agilidade do coordenador-geral da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), e reclamou da falta de material de propaganda."A arrecadação não está correspondendo", admitiu o senador, que prometeu iniciar, na próxima semana, a distribuição de material para esquentar a campanha nos estados.
O próprio Geraldo Alckmin disse, ontem, que a situação está "apertada" e que o volume de doações será divulgado no próximo dia 6 pelo comitê financeiro. Além da falta de entrosamento entre as campanhas estaduais, os coordenadores de Alckmin afirmam que as doações estão mais difíceis por causa das restrições impostas este ano pela legislação eleitoral.
A maior pressão vem dos aliados do Nordeste, onde o candidato é pouco conhecido e está em grande desvantagem em relação ao seu principal adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição. Com a criação de comitês nas capitais nordestinas e o lançamento do programa Novo Nordeste, na próxima semana, Alckmin espera dinamizar a campanha na região. "Depois de muitos anos vamos propor uma agenda para o Nordeste, o que o presidente Lula não fez", avaliou Sérgio Guerra.
Na avaliação do senador, Alckmin pode, desse modo, ocupar o vazio com um projeto concreto para a região. No entanto, muitos políticos acham que isso é pouco para mobilizar a população nordestina, pois trata-se de um programa de longo prazo.
Na avaliação de Cássio Cunha Lima, é importante, além de consolidar a campanha, fortalecer a base política da candidatura de Alckmin no Nordeste. Alguns estrategistas contestam esse raciocínio, alegando que 73% do eleitorado do País estão concentrados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Ceará e Santa Catarina. Nesses Estados, o tucano tem uma estrutura política forte.
Apesar da preferência dos eleitores do Nordeste por Lula, o comando da campanha de Alckmin aposta na ampliação de sua estrutura política, com novas adesões de lideranças, na medida em que campanha ganhar mais fôlego.
É o caso do senador Garibaldi Alves, do PMDB. Ele é candidato ao governo do Rio Grande do Norte e tem mostrado interesse em apoiar Alckmin. Amanhã, Alckmin estará em Porto Alegre (RS) para um encontro com o governador Germano Rigotto, do PMDB. Apesar da posição de neutralidade, a expectativa é a de que ele venha a declarar apoio a Alckmin ao longo da campanha.
Um comentário:
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