Do Correio Braziliense
CPI das Sanguessugas
Tema do Dia - sanguessugas
O preço de cada deputado
Luiz Antônio Vedoin revela que esquema de fraude começou em 1993 e em 1999 a máfia entrou no filão das ambulâncias com ajuda de emendas de parlamentares
Gustao Krieger e Lúcio Vaz
Da equipe do Correio
Durante os nove dias em que prestou depoimento à Justiça Federal no Mato Grosso, o empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, discorreu em detalhes sobre como e quanto pagou de propina aos parlamentares envolvidos no esquema. A íntegra do depoimento, obtida pelo Correio, mostra uma lista de 103 nomes, entre senadores, deputados e ex-congressistas, com quem ele diz ter feito acertos para apresentação de emendas parlamentares em troca de propina ou presentes. Nos depoimentos, Vedoin foi extremamente detalhista. Deu datas e locais de pagamentos em dinheiro, listou os laranjas apresentados por vários parlamentares para receber o dinheiro. O tempo todo recorria à uma extensa planilha de dados, batizada pelos investigadores como o “livro caixa da Planam”, empresa que comandava as fraudes. O Correio publica hoje fac-símiles deste documento. Na página ao lado, a lista com todos os políticos citados no depoimento e o que o empresário diz ter pago a cada um deles.
Os depoimentos mostram que o esquema de fraude começou a existir em 1993, quando a Planam foi criada para fazer negócios com municípios. Em 1999, a quadrilha, já com outras empresas no esquema, entrou no filão das fraudes em compras de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. Sua base era o Congresso, onde chegou apresentado pelo deputado Lino Rossi (PP-MT) e depois estendeu uma rede que alcançava todos os partidos. Em suas revelações à Justiça Federal, Vedoin revela um excelente trânsito entre os partidos. Diz que esperava que a eleição do tucano José Serra ao Palácio do Planalto, em 2002, ajudasse a manter o ritmo das liberações de verbas no mesmo ritmo vivido na administração de Fernando Henrique Cardoso. Mas no governo Lula conseguiu emplacar sua aliada Maria da Penha Lino em cargo de confiança no Ministério da Saúde. Depois teve ajuda de petistas para tentar liberar verbas na gestão de Humberto Costa (PT) à frente da pasta.
Reuniões
Nos depoimentos, Vedoin estabelece uma hierarquia entre os parlamentares. Há os que ajudam ativamente o esquema, como João Caldas (PL-AL). Segundo o empresário, em dois anos consecutivos, Caldas reuniu em seu escritório de Maceió representantes da Planam com os prefeitos beneficiados por suas emendas. Na reunião, o deputado teria orientado os municípios a fraudar as licitações em favor de Vedoin. O deputado Cabo Júlio (PMDB-MG) teria feito o mesmo tipo de reunião, em sua chácara.
Outros parlamentares não correspondiam à expectativa de Vedoin. Ele acusa o deputado Carlos Nader (PL-RJ) de ter recebido um adiantamento e depois “revendido” as emendas a um concorrente da Planam. Vários parlamentares ficaram devendo dinheiro na contabilidade do empresário. Ele chegou a reclamar à Justiça que alguns deles andavam “se esquivando” nos corredores do Congresso para não pagar as dívidas.
Em alguns casos, Vedoin deixa claro que não falava com o parlamentar. Todas as negociações eram feitas por assessores
CPI das Sanguessugas
Tema do Dia - sanguessugas
O preço de cada deputado
Luiz Antônio Vedoin revela que esquema de fraude começou em 1993 e em 1999 a máfia entrou no filão das ambulâncias com ajuda de emendas de parlamentares
Gustao Krieger e Lúcio Vaz
Da equipe do Correio
Durante os nove dias em que prestou depoimento à Justiça Federal no Mato Grosso, o empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, discorreu em detalhes sobre como e quanto pagou de propina aos parlamentares envolvidos no esquema. A íntegra do depoimento, obtida pelo Correio, mostra uma lista de 103 nomes, entre senadores, deputados e ex-congressistas, com quem ele diz ter feito acertos para apresentação de emendas parlamentares em troca de propina ou presentes. Nos depoimentos, Vedoin foi extremamente detalhista. Deu datas e locais de pagamentos em dinheiro, listou os laranjas apresentados por vários parlamentares para receber o dinheiro. O tempo todo recorria à uma extensa planilha de dados, batizada pelos investigadores como o “livro caixa da Planam”, empresa que comandava as fraudes. O Correio publica hoje fac-símiles deste documento. Na página ao lado, a lista com todos os políticos citados no depoimento e o que o empresário diz ter pago a cada um deles.
Os depoimentos mostram que o esquema de fraude começou a existir em 1993, quando a Planam foi criada para fazer negócios com municípios. Em 1999, a quadrilha, já com outras empresas no esquema, entrou no filão das fraudes em compras de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. Sua base era o Congresso, onde chegou apresentado pelo deputado Lino Rossi (PP-MT) e depois estendeu uma rede que alcançava todos os partidos. Em suas revelações à Justiça Federal, Vedoin revela um excelente trânsito entre os partidos. Diz que esperava que a eleição do tucano José Serra ao Palácio do Planalto, em 2002, ajudasse a manter o ritmo das liberações de verbas no mesmo ritmo vivido na administração de Fernando Henrique Cardoso. Mas no governo Lula conseguiu emplacar sua aliada Maria da Penha Lino em cargo de confiança no Ministério da Saúde. Depois teve ajuda de petistas para tentar liberar verbas na gestão de Humberto Costa (PT) à frente da pasta.
Reuniões
Nos depoimentos, Vedoin estabelece uma hierarquia entre os parlamentares. Há os que ajudam ativamente o esquema, como João Caldas (PL-AL). Segundo o empresário, em dois anos consecutivos, Caldas reuniu em seu escritório de Maceió representantes da Planam com os prefeitos beneficiados por suas emendas. Na reunião, o deputado teria orientado os municípios a fraudar as licitações em favor de Vedoin. O deputado Cabo Júlio (PMDB-MG) teria feito o mesmo tipo de reunião, em sua chácara.
Outros parlamentares não correspondiam à expectativa de Vedoin. Ele acusa o deputado Carlos Nader (PL-RJ) de ter recebido um adiantamento e depois “revendido” as emendas a um concorrente da Planam. Vários parlamentares ficaram devendo dinheiro na contabilidade do empresário. Ele chegou a reclamar à Justiça que alguns deles andavam “se esquivando” nos corredores do Congresso para não pagar as dívidas.
Em alguns casos, Vedoin deixa claro que não falava com o parlamentar. Todas as negociações eram feitas por assessores
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