quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Filho de Glauber Rocha aborda Lula em "filme-debate"


"Intervalo Clandestino" (que estréia amanhã, em cinco capitais) é um filme sobre a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, pelo ponto de vista do eleitor. É também um filme sobre o país, no intervalo que vai de 2002 a 2004. Tempo suficiente para a expressão popular nas ruas ir do máximo do entusiasmo ao extremo do descrédito.

"Todas as pessoas que sofreram neste país e na América Latina estão sendo libertas hoje", enuncia um eleitor, vestido com o símbolo do PT, no dia da vitória de Lula da Silva.

"Estamos entregues aos ratos", afirma, dois anos mais tarde, outra votante. Entre um e outra, há o próprio Lula, que discursa. "A tarefa de governar este país não é da responsabilidade de um único homem. Não esperem milagre de mim."

"Intervalo Clandestino" é o segundo longa-metragem de Eryk Rocha, 28. Por isso não é um filme anti-Lula. Nem pró.

"O bom e o mau, o certo e o errado são categorias que não me interessam em matéria de arte", afirma. "O filme não tem uma moral nem um julgamento em relação ao Lula nem ao povo brasileiro. É um filme-debate, um filme-comício", diz.

O presidente terá a chance de tirar suas próprias conclusões sobre o teor do filme, em sessão no Palácio da Alvorada, que está sendo agendada entre a produção do documentário e os assessores da Presidência.

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