terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Repórter da TV Globo denuncia parcialidade na cobertura das eleições de 2006


Rodrigo Vianna, após questionar a cobertura da emissora das eleições, foi afastado do noticiário político. Nesta terça-feira (19), foi informado de que a Globo, após 12 anos, pretendia não renovar seu contrato. Em carta enviada aos colegas, obtida pela Carta Maior, ele acusa a parcialidade da empresa.

Bia Barbosa e Gilberto Maringoni – Carta Maior

SÃO PAULO - O repórter especial da Rede Globo de Televisão em São Paulo, Rodrigo Vianna, foi informado nesta terça-feira (19) que a empresa não pretende renovar seu contrato de trabalho, que expira em 31 de janeiro próximo. Profissional experiente, Vianna trabalha na rede desde 1995 e produziu mais de duas dezenas de matérias para o Globo Repórter, além de cobrir seis processos eleitorais. Vianna também mediou debates eleitorais para a prefeitura de Belém (2004) e para o governo do Mato Grosso (2006).

Segundo colegas, Vianna já estava decidido a também não renovar seu contrato em função do que ocorreu desde o início do processo eleitoral. Ao lado de outros jornalistas da emissora, ele foi um dos que questionou a parcialidade da cobertura realizada pela Globo. Nos últimos meses, foi afastado da cobertura política e destacado para atuar nos jornais locais. Procurado pela reportagem da Carta Maior, Vianna informou que não pode se manifestar por exigências do seu contrato, ainda em vigor. O chefe de jornalismo em São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, também foi procurado, mas não foi encontrado para comentar o assunto.

Imediatamente após a conversa com a chefia no início da tarde desta terça, Rodrigo Vianna teve seu correio eletrônico interno e seu crachá bloqueados. Antes, no entanto, conseguiu enviar aos colegas uma mensagem em que explica as razões de seu afastamento e externa sua insatisfação com a cobertura da última disputa presidencial.

“O que fizemos na véspera da eleição foi incrível”, diz ele, ao comentar o desequilíbrio da cobertura. “Ninguém na redação queria poupar os petistas (...) O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas [Negri, ex-ministro da Saúde]!”

Vianna destaca ainda “aquele episódio lamentável do abaixo-assinado, depois das matérias da Carta Capital”. Segundo ele, “foi um abaixo-assinado em defesa da Globo, apresentado por chefes!”

Leia a íntegra da mensagem, obtida com exclusividade pela Carta Maior.


Um comentário:

Anônimo disse...

A cada dia que passa, a farsa global vai sendo revelada.

E esses PROXENETAS DA MESSALINA PLATINADA ainda falam em liberdade de expressão, quando, na verdade, o que eles praticam é a liberdade de mentir, difamar, distorcer a verdade, proteger apaniguados, destruir reputação de pessoas honestas, construir ídolos de pés de barro...

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