quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

" JEITO TUCANO DE GOVERNAR"



Governo tucano começa a aplicar choque fiscal no RS

Governadora Yeda Crusius (PSDB) anuncia cortes de 30% em todas as secretarias, proibição de gastos por 100 dias e redução de 20% dos cargos de confiança. Medidas afetam áreas vitais como saúde, educação e segurança. Secretários destas pastas não sabem onde efetuarão os cortes.



PORTO ALEGRE - O Rio Grande do Sul começa a experimentar a receita tucana para superar a crise financeira do Estado: o choque fiscal. A governadora Yeda Crusius (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (17) aquela que considera uma das grandes inovações de seu governo: a implantação do regime de caixa no Rio Grande do Sul. O tal regime, que envolve uma moratória disfarçada, será centralizado pela Secretaria da Fazenda e só liberará recursos para órgãos do Estado e para o pagamento de dívidas de acordo com o ingresso de receitas. Além disso, anunciou a suspensão por 100 dias de gastos ordinários, o que inclui celebração e renovação de contratos, convênios, diárias, aquisição de passagens, abertura de concursos e contratação de pessoal.

Yeda também confirmou o corte de 30% nas despesas de custeio das secretarias e a redução de 20% dos cargos de confiança. Segundo ela, agora o Estado será governado com realismo orçamentário, o que não teria acontecido nos últimos governos, incluindo aí o governo Rigotto (PMDB). Secretários de Rigotto duvidam que tais metas serão atingidas, pois os órgãos do Estado já estariam operando sob limite máximo de arrocho.

Na verdade, há uma possibilidade de o plano funcionar, mas ela depende de um pequeno detalhe: o Estado deve passar a funcionar em estado quase vegetativo, com cortes de investimentos em áreas vitais, como saúde, educação, segurança, vigilância sanitária, entre outras. Yeda declarou em tom solene: “Estamos hoje cortando na carne. Estamos implantando o novo, e o novo é o regime de caixa. A segunda novidade é que estamos implantando o realismo orçamentário”.

A governadora parece disposta a cumprir suas metas de qualquer maneira, mesmo que isso leve à paralisia do Estado. Secretários de diversas áreas já disseram que não tem como cortar 30% de seus orçamentos já comprimidos. Como isso será feito, ninguém disse até agora. Mas os efeitos dessa política deverão ser bem visíveis nas próximas semanas, na qualidade dos serviços públicos. Policiais já sofrem há tempo com a falta de combustível e de equipamentos para trabalhar. Pode piorar...

Novo jeito de governar em Alagoas - JEITO TUCANO TAMBÉM

Cientes do que vem pela frente, diversas categorias de servidores públicos gaúchos começam a se mobilizar contra a política de arrocho fiscal do novo governo. Yeda Crusius poderá enfrentar no Rio Grande do Sul, o que já está acontecendo com seu colega tucano em Alagoas, o governador Teotônio Vilela Filho, que suspendeu todos os reajustes salariais concedidos ao funcionalismo público estadual em 2006.

A resposta dos servidores foi a deflagração de uma onda de greves que pode paralisar totalmente os serviços públicos do Estado. Os policiais civis foram os primeiros a entrar em greve, terça-feira, ganhando a adesão nesta quarta dos servidores das áreas da educação e da saúde. “Ou o governador devolve o dinheiro que tirou dos servidores ou ninguém volta ao trabalho”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Girlene Lázaro. Segundo ele, o governador cortou pela metade os salários dos professores do Estado.

No Rio Grande do Sul, não há nenhuma definição de política para o funcionalismo. O que é certo é que os servidores seguirão sem aumento de salário. Na Assembléia Legislativa gaúcha, o deputado Adão Villaverde (PT) classificou como “tecnocráticas e paliativas” as novas medidas anunciadas por Yeda. Para ele, o corte linear proposto ela chefe do Executivo pode aumentar o risco de paralisação da máquina pública.

3 comentários:

Anônimo disse...

DAQUI A POUCO COMEÇA A VENDER AS ESTATAIS GAUCHAS, E O DINHEIRO NINGUÉM NUNCA VERÁ.

Anônimo disse...

Como constata-se os gauchos já estão colhendo o que plantaram.

Anônimo disse...

GOIÂNIA - Em Goiás, logo que tomou posse, o governador Alcides Rodrigues fez o contrário do que havia prometido no palanque. Passou o facão no salário do funcionalismo. Enquanto isso, empresas como a Perdigão, situada em Rio Verde, é isenta, senão me engano, em 70% do pagamento de impostos que deveria pagar para a manutenção do Estado e de programas sociais. A tal Perdigão foi a maior financiadora da campanha de Marconi Perillo ( PSDB ) ao Senado. Embora o atual governador seja do PP quem sustentou sua candidatura e quem manda de fato é Marconi Perillo. Enfim, o jeito tucano de governar daqui é igualzinho ao daí. Um bom dia,

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