François Houtart diz que política de Lula mantém o incentivo às grandes transnacionais do agronegócio, exploradoras da principal riqueza brasileira: o solo
Daniel Merli
Eu penso que é um fato não só realmente novo para América Latina, como único no mundo atual. Estamos passando da resistência à ofensiva contra o neoliberalismo. As iniciativas que estão surgindo nesses países vão no sentido do fim do neoliberalismo.
Veja bem que, evidentemente não significa terminar com o capitalismo, mas são passos que vão numa direção muito diferente do neoliberalismo.Obviamente, em cada país, os processos são muito diferentes. Mas, em alguns lugares, como Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba, há tempo, vão num sentido anti-imperialista. E até um certo ponto, isso ocorre também em Brasil e Argentina. Isso ficou claro na rejeição à Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
E para nós, sociólogos, é muito interessante investigar por que esse processo está acontecendo agora na América Latina, e não na Ásia, Oriente Médio ou África. Para mim, isso se deve pelo fato da América Latina ter sido mais prejudicada pelo neoliberalismo e as privatizações da década de 1990. E conviver mais de perto com o império norte-americano.
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