Numa entrevista ao repórter Carter Anderson - "O Globo" de 01/07 -, os filhos do presidente João Goulart, João Vicente e Denise, revelam que juntamente com sua mãe, Maria Tereza, ingressaram na Justiça (brasileira) para responsabilizar o governo dos Estados Unidos pelo golpe militar de 64 que derrubou Jango e o poder constituído, implantando uma ditadura no Brasil que se estendeu até 79. O título deste artigo, claro, está inspirado na peça autobiográfica de Arthur Miller, representada no Brasil em 64 por Paulo Autran e Maria Della Costa.
Fixei o marco histórico de 79 porque o ciclo dos militares no poder só terminou com a posse de José Sarney na presidência da República em 85. Mas a longa noite de arbítrio institucional acabou seis anos antes, quando o general João Figueiredo chegou ao Planalto, no mês de março.
A partir daí, os atos institucionais perderam a eficácia. O presidente não poderia cassar mandatos e suspender direitos políticos. A omissão de Figueiredo, contudo, deixou passar em branco o imundo atentado do Riocentro e o não menos maligno que culminou com a explosão das rotativas da TRIBUNA DA IMPRENSA.
A família de João Goulart, que morreu estranhamente no exílio, busca uma indenização de 3,4 bilhões de reais. Utiliza, através do advogado José Rutkski, como argumento, a confissão do embaixador Lincoln Gordon de que Washington, com Lyndon Johnsom na Casa Branca, apoiou o movimento militar dos idos de março.
Nenhum comentário:
Postar um comentário