segunda-feira, 9 de julho de 2007

Mais uma:Trabalhador é agredido por banhistas em praia do Rio

Após trabalhar oito horas no sol, gari sofre agressão

Após trabalhar oito horas sob um calor de até 27,5º C, um gari foi agredido ontem por dois banhistas na praia do Leme, Zona Sul do Rio. Os agressores jogavam futevolêi na orla e reclamaram do barulho de um veículo usado para retirar lixeiras. Fabiano Costa e Silva, 31, um dos agressores identificados, prestou depoimento na 12ª DP (Leme) e foi liberado em seguida. O outro agressor fugiu antes da chegada da polícia.

A agressão ocorreu por volta das 14h. O gari Maurício Luciano da Silva, 36, estava sobre uma carroça presa a um caminhão que retira lixeiras na orla. Fabiano reclamou do barulho e, após uma discussão, segundo a vítima, partiu para agressão junto com um amigo. "Ele me puxou pelo colarinho em cima da carrocinha [do caminhão] e me deu um montão de soco. Tem que respeitar a pessoa que está suando a camisa há 8 horas embaixo do sol", disse.

Na delegacia, Fabiano disse ter sido xingado pelo gari. Maurício, que ficou com um hematoma no rosto, nega. "Ele disse que se eu não parasse com o barulho ia me bater. Eu falei que ele ia bater num trabalhador." A briga foi contida por pessoas que estavam próximo ao local. Após as agressões, um grupo de garis se juntou aos banhistas e chegaram a ameaçar Fabiano de linchamento. Ferido, o gari procurou policiais militares na região.

Ao voltar à praia, banhistas indicaram que Fabiano estava na água. "Eles acham que o nosso serviço atrapalha o lazer deles. Só que ali é uma área turística, nós somos cobrados. Não posso deixar uma lixeira de 120 litros cheia de coco e lata", disse ele. Há dois anos trabalhando na praia de Copacabana, Silva diz que é a primeira vez que um gari é agredido dessa forma, mas contou que xingamentos são comuns.

"Não é porque ele é filhinho de papai criado com Toddy que pode fazer isso com a gente. Vou processá-lo e quero que seja preso", afirmou.

Segundo o delegado de plantão, Cláudio Nogueira, Fabiano foi liberado "porque assim manda a lei". (Folhapress)

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