quinta-feira, 13 de setembro de 2007

As mentiras que ecoam da mídia burguesa

A Folha de S.Paulo prestou um grande serviço

Ali Kamel falava em "testar hipóteses" para justificar a manipuladora cobertura do acidente da TAM em Cogonhas. A Folha não pensa nem em fazer teste: já considera suas previsões como o fato mais relevante de uma edição. Segundo sua manchete de capa na quarta-feira, 41 senadores eram pró-cassação.

Como apenas 35 votaram contra Renan, o erro - destaca Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada - foi de 15%. "Assim, quando a Folha disser que a temperatura máxima será de 20 graus, prepare-se para uma temperatura máxima de 17 graus. Quando a Folha disser que o São Paulo ganhou do Palmeiras por 3 a 2, admita a hipótese de, na verdade, ter ocorrido um empate de 2 a 2", ironiza Amorim.

Nesta quinta-feira, o diário paulista minimiza sua responsabilidade e atribui toda a culpa aos parlamentares, conforme a matéria "Senadores voltam a mentir ao declarar voto em enquete". O Conversa Afiada retoma à ironia: "a Folha descobre estupefata que os senadores mentem".

"A Folha obviamente iludiu seus leitores, ao não colocar antecipadamente o óbvio", acrescenta Nassif em seu site. "É evidente que, se a maioria optou pelo voto secreto, é por se sentir intimidada em declarar em aberto o voto pró-Renan. Por isso mesmo, na votação, em sessão secreta, haveria mais votos para Renan. E isso tinha que ter sido deixado claro na reportagem."

O Senado está morto

Eis o tipo de sentença que vamos ouvir até o fim do governo Lula. Sempre que a oposição e a mídia sofrem uma derrota, é porque alguma coisa morreu. Pode ser uma legislatura inteira, a ética, o PT, o próprio Lula e seu governo. Num depoimento recente, após a ocupação da reitoria da USP por estudantes, o filósofo Francisco de Oliveira mostrou mais desilusão ainda e declarou o fim até da política.

O Senado sobreviveu a inúmeras crises - e até a troca de tiros. Sob a ditadura, foi fechado mais de uma vez. Credibilidade, de fato e infelizmente, não tem muito. Mas dizer que a Casa morreu é uma clara forçação retórica. "Ricardo Guedes, presidente do Instituto Sensus, prevê perdas mínimas para a imagem do Senado", aponta Etevaldo Dias.

"A sociedade tradicionalmente avalia mal o Congresso, independente das suas crises, e deverá continuar com a mesma opinião a respeito dos políticos", agrega o titular do Blog do ET. A única coisa que não morre - mas nunca mesmo - é o discurso fatalista e fantasioso da mídia burguesa.

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