segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ato do Movimento dos Sem-Mídia joga "Folha" na sarjeta

O Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, esteve presente neste sábado (15) em frente ao prédio do jornal Folha de S. Paulo para testemunhar o lançamento do Movimento dos Sem-Mídia (MSM) - veja o vídeo ao final da matéria. Cerca de 100 pessoas, segundo a organização, escreveram nas paredes do prédio frases de indignação sobre o jornalismo praticado pelo jornal e jogaram exemplares da Folha na sarjeta. O Manifesto do MSM foi lido por Eduardo Guimarães, idealizador do movimento. A exigência da abertura da CPI Abril-Telefônica TVA foi uma das bandeiras do protesto.

A defesa do pluralismo no jornalismo dos grandes veículos de informação é a principal reivindicação do movimento.

"O problema não é atacar o governo, mas sim não atacar também a oposição. Ou seja, a mídia só fala daquilo que lhe interessa, pouco importando o interesse pela circulação de todas as opiniões", disse Guimarães no ato.
Segundo o manifesto, a questão central é a concentração de poder em mãos da iniciativa privada ligada a grandes grupos econômicos.

"Hoje, os maiores veículos de informação estão em poder de empresas ligadas aos interesses dos grandes grupos econômicos. O contrário também não seria bom, não acreditamos que a imprensa deva ser estatal. Queremos uma mídia pública, capaz de dar vazão ao pluralismo de opiniões que existe em nosso País", diz o manifesto <http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=25103> .

Os manifestantes encerraram o ato protocolando o Manifesto do Movimento dos Sem-Mídia na portaria do jornal.
No domingo (16) Guimarães avaliou positivamente o ato de sábado. "Finalmente, é preciso dizer de como fiquei impressionado com o que conseguimos. A vontade dessas pessoas que vieram até de outros Estados, mas também daquelas que acordaram cedo num sábado para tomarem atitudes verdadeiras, está me fazendo crer mais no Brasil e nos brasileiros" disse o ativista em seu blog Cidadania.com <http://edu.guim.blog.uol.com.br/> ..

O Objetivo agora é nacionalizar o Movimento dos Sem-Mídia. "Segunda-feira (17), tomarei as primeiras medidas para a organização do Movimento dos Sem-Mídia em nível nacional, começando por São Paulo e Rio de Janeiro. No decorrer da semana, publicarei minhas propostas para acelerarmos as ações de nosso Movimento. Assim, peço a todos que aproveitemos o espaço que construímos juntos aqui para nos mobilizar", concluiu Guimarães.

Repercussão

A Folha de S. Paulo esteve no ato, mas a cobertura <://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1609200705.htm> (só para assinantes) não agradou Eduardo Guimarães.
"Eles passaram dos limites. A reportagem da Folha sobre o ato que fizemos ontem [sábado] diante do jornal constitui uma bofetada nos rostos de todos os que lá estiveram ou que apoiaram, de longe, nosso Movimento por um jornalismo limpo, plural, fidedigno, apartidário e desideologizado", escreveu Guimarães.

Segundo o ativista, o reducionismo do jornal excedeu expectativas. "A reportagem de hoje [domingo] 'Em São Paulo, protesto contra a absolvição de Renan reúne 200', ignorou a manifestação no título do texto e reduziu as razões dos manifestantes, a isto: 'A mídia ataca o governo federal em benefício de seus opositores'. Colocado dessa maneira, o leitor é induzido a crer que se tratou de manifestação partidária em defesa do governo federal. Não foi - e não será. O único objetivo do Movimento dos Sem-Mídia é melhorar o péssimo jornalismo dos grandes meios de comunicação. Um jornalismo que, no que diz respeito à política, consegue ser pior do que em tudo mais a que esse jornalismo tange", protestou Guimarães.

Luis Nassif, ex-membro do Conselho Editorial da Folha de S. Paulo, também se manifestou sobre o movimento em seu blog <http://www.projetobr.com.br/blog/5.html> .

"Acho esse tipo de manifestação importante para romper com essa falsa idéia da unanimidade em torno da mídia. Você [Eduardo Guimarães] tomou as cautelas necessárias para conferir legitimidade ao movimento, não o partidarizando e impondo regras de civilidade e educação. Saíram muitos comentários no Blog sobre o movimento. Evitei postar por já ter trabalhado na "Folha", e não soar de alguma forma como revanchismo. E também pelo temor sobre a perda de controle em manifestações públicas", escreveu Nassif.

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