quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Niemeyer vota pela anulação do leilão da Vale

O arquiteto Oscar Niemeyer, um dos mais importantes do mundo, deu o seu voto no plebiscito popular pela anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce, na terça-feira (4), no Rio de Janeiro. Referência de traços modernos, ele também é um símbolo da luta por justiça social no Brasil.

Em 1945, ele se filiou ao PCB (na época Partido Comunista do Brasil), onde começou sua militância pela causa socialista e revolucionária. Defensor da Reforma Agrária, Niemeyer sempre apoiou a luta dos movimentos sociais. "Eu apoio o plebiscito, pois quando tem gente protestando na rua é um trabalho melhor que o meu", declarou o arquiteto sobre a campanha realizada por mais de 60 entidades sobre a privatização da empresa mineradora.


A Vale do Rio Doce foi vendida em 1997 por apenas R$ 3,3 bilhões. Na época, estava avaliada pelo seu próprio comitê financeiro em US$ 40 bilhões. Atualmente, a companhia é avaliada em R$ 100 bilhões. Em dezembro de 2005, o plenário do Tribunal Regional da Justiça Federal, em Brasília, definiu que as 69 ações em tramitação que contestam a venda devem ser julgados.


Os controladores da empresa questionaram a decisão em reclamação ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde o processo está atualmente em julgamento. A possibilidade legal de declaração de nulidade do leilão abre uma porta aos movimentos que propõem a consulta.

Niemeyer votou também contra a Reforma da Previdência, os preços abusivos da energia elétrica e a prioridade do governo ao pagamento de juros da dívida pública. O plebiscito acontece em todo o país até o dia 9 de setembro e busca discutir com a sociedade brasileira um projeto de desenvolvimento nacional, as privatizações e as reformas que implicam retirada de direitos dos trabalhadores, dentro do modelo neoliberal.


A votação ocorrerá em todos os estados do país mediante apresentação de documento de identidade, e o resultado final será divulgado no dia 25 de setembro, quando os movimentos deverão entregar uma cópia do registro do processo e da apuração aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.


A iniciativa do plebiscito popular já foi usada para promover o debate sobre outros temas, como a implementação da Área de Livre Comércio para as Américas (Alca). Nessa consulta, realizada em 2002, participaram 10 milhões de votantes, com o envolvimento de 140 mil militantes na organização.


Segundo pesquisa nacional realizada em junho pelo Instituto GPP, a pedido do DEM (ex-PFL), 50,3% da população se colocou a favor da retomada da Vale pelo Estado brasileiro, enquanto 28,2% foram contrários e 21,5% não souberam responder.


A Campanha "A Vale é nossa" produziu um documentário sobre o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, que está dividido em três partes e disponível na internet nos seguintes endereços:

http://br.youtube.com/watch?v=LM6oph1muCI/

http://br.youtube.com/watch?v=qBEK1Wup0dw/


http://br.youtube.com/watch?v=GfwlYZeVjF4/

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