segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Para Banco Mundial, Bolsa-Família é modelo a ser copiado

O programa Bolsa-Família, benefício do governo federal que já é recebido por quase 46 milhões de brasileiros, é visto como modelo pelo Banco Mundial, um dos financiadores do projeto e patrocinador de sua expansão por vários países. Ao contrário do que dizem alguns críticos, o Bird se baseia em diversas pesquisas para provar que seu uso não desestimula o trabalho e a ascensão social das classes sociais mais pobres.

"Pelo contrário", afirma Bénédicte de la Brière, responsável pelo acompanhamento do programa na instituição. "O trabalho adulto não é impactado pela transferência de renda. Inclusive, às vezes, alguns adultos trabalham mais porque têm essa garantia de renda básica que permite assumir um pouco mais de riscos em suas ocupações", diz.

Em entrevista ao sítio Terra Magazine, Bénédicte fala sobre erros e acertos do Bolsa-Família, do combate a desvios de recursos e da expansão internacional do programa, da África a Nova York.

Há alguns dias o Banco Mundial se referiu ao Bolsa-Família como "uma revolução silenciosa". O programa é considerado modelo?

O Bolsa Família é herdeiro de uma longa tradição de programas de renda condicionada no Brasil, que começou com programas municipais e que foram expandidos no começo dos anos 2000, com o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação. Nesses anos de aperfeiçoamento, o Brasil acumulou uma grande experiência de gestão. Definitivamente, o programa está se tornando uma referência na América Latina e em outras regiões.

Ouve-se falar muito de desvios no Bolsa-Família, de pequenas cidades onde as pessoas beneficiadas são ligadas a políticos ou participam de esquemas de compra de votos. Até que ponto o programa chega a quem efetivamente precisa dele e de que forma essa eficácia é aferida?

É verdade que há registros freqüentes de desvios na mídia. Mas, quando você analisa os dados de pesquisas domiciliares, como a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), você se dá conta de que o Bolsa-Família é o programa mais bem focalizados na região. Do total de recursos, 80% chegam aos 40% mais pobres, o que está na média dos programas mais eficazes, e o programa tem uma cobertura universal no nível de municípios.

Essa é a melhor maneira de verificar, as pesquisas são de alta qualidade, independentes, do IBGE, que tem cobertura nacional. Existe uma grande diferença entre a percepção de desvios, que é muito importante, e a ocorrência de desvios, que está no nível do que se espera para os programas mais eficazes.
Quero ressaltar que esses erros acontecem em todos os programas. E existe um balanço muito delicado para um gestor, entre tratar de controlar esses erros muito frontalmente, o que é muito caro, e entregar mais recursos para pessoas necessitadas, talvez com um maior grau de erro.
<http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=25091>
Mais...

Nenhum comentário:

Marcadores