"Não podemos generalizar, mas não tem dúvida de que por trás do clamor que a sociedade faz para que se baixe a carga tributária, é evidente que tem o movimento político para desestabilizar as contas do governo e conseqüentemente tentar prejudicar o Lula ou coisa parecida. E não tem dúvida de que tem também a parcela daqueles que sonegam e que vêem a CPMF com ódio porque é uma espécie de dedo-duro da sonegação", afirmou.
Bernardo esteve em Curitiba para uma palestra sobre a Realidade Econômica Brasileira a funcionários e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, em comemoração aos 60 anos da entidade.
Numa semana em que a Câmara dos Deputados tenta um esforço concentrado para concluir a votação em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição que prorroga a contribuição, o ministro rechaçou insinuações sobre barganhas.
"Quem está falando isso é o pessoal da oposição, principalmente o PSDB e o PFL, que agora se chama DEM. Mas eles inventaram essa CPMF. Não sei se eles fizeram essas barganhas quando criaram e renovaram por três ou quatro vezes a CPMF, mas eu posso dizer que nós não estamos fazendo nada que possa envergonhar o País", acentuou. "Nós estamos discutindo um programa e falando de maneira clara e transparente que precisamos da receita e queremos aprová-la porque é importante."
O ministro voltou a afirmar que o governo não tem como abrir mão da receita prevista de R$ 39 bilhões no próximo ano, proveniente do desconto de 0,38% de cada movimentação financeira.
"A discussão que temos de fazer é como podemos aproveitar o momento positivo de crescimento econômico e fazer um movimento de redução gradativa da carga tributária", propôs. "É uma cobrança que a sociedade faz, de maneira justa, e o governo aceita esse debate."
Ele disse não ver a mesma disposição nos opositores. "O que vemos é que a oposição fechou questão: é contra", afirmou. "Nós temos que proteger a posição do governo de votar a favor. Provavelmente vamos ter que decidir no voto e talvez não seja a melhor alternativa", concluiu
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