quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Ato da UJS enterrará colunista da "Veja" Diogo Mainardi

A União da Juventude Socialista (UJS) realizará um ato público em repúdio ao comentário do jornalista Diogo Mainardi em sua coluna na revista Veja da edição de 7 de outubro. No texto o jornalista classificou os participantes da manifestação promovida pela entidade "Contra a Veja: Em defesa da Memória de Che" de "34 fascistóides". O Protesto fará um enterro simbólico de Mainardi nesta quinta-feira (11), às 15 horas, em frente ao escritório da Editora Abril no Rio de Janeiro (Praia de Botafogo, 501, Botafogo).

Os organizadores distribuirão a "Carta Aberta a Diogo Mainardi e à sociedade brasileira". O enterro do jornalista também será um referência simbólica ao jornalismo de baixa qualidade, e de extrema direita, corporificado na pessoa do colunista Mainardi. Além disso, os manifestantes estarão acompanhados de uma dupla de atores que encenarão a esquete Adolf Bush e seu cãozinho, uma sátira do conteúdo das colunas de Mainardi, árduo defensor do presidnte americano.

Para o presidente da UJS no Rio de Janeiro, Igor Bruno, "as questões como a participação política e a democracia estão na ordem do dia, pois o debate sobre a distorção da imagem de Che promovida pela Veja, a não abertura da CPI Abril-Telefônica e as formas de manifestação na sociedade brasileira abrem também a discussão sobre a democratização dos meios de comunicação, o fim do jornalismo de baixa qualidade e, principalmente, a ética na política brasileira".

Leia abaixo a Carta aberta a Diogo Mainardi.
Rio de Janeiro, 09 de outubro de 2007


Carta aberta ao jornalista Diogo Mainardi e à sociedade brasileira


Viemos por meio desta esclarecer quem eram "os 34 fascistóides que, na última quinta-feira, incendiaram cópias da Veja na frente da sede da Editora Abril, no Rio de Janeiro", conforme classificou o colunista Diogo Mainardi na última edição da mesma revista (7 de outubro).
Os jovens citados em nada se assemelham ao fascismo. Os mesmos são militantes da União da Juventude Socialista (UJS), entidade fundada em 22 de setembro de 1984, destinada a lutar em defesa dos direitos da juventude, pela democracia e pelo socialismo.

A UJS é uma das entidades responsáveis por capítulos importantes da história de nosso país. Na década de 80, a entidade foi a primeira a propor a aprovação do projeto que instituiu o voto facultativo a partir dos 16 anos. Em 1992, foram jovens ativistas da UJS que lideraram o movimento "Fora Collor", que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor.

Durante a era privatista e entreguista de Fernando Henrique Cardoso a entidade mobilizou milhares às ruas. Na eleição e reeleição de Lula a entidade jogou um grande papel, propondo ações na plataforma eleitoral do presidente e mobilizando a juventude para que elegesse o primeiro presidente operário de nossa história.

Portanto, diferentemente do que faz crer Mainardi, os jovens socialistas presentes no ato não eram "fascistóides". Estavam eles, justamente, combatendo uma prática corrente dos grupos fascistas: o revisionismo histórico, as memórias ultra-seletivas e o jornalismo de péssima qualidade, elementos presentes na matéria "Che, a farsa do herói", publicada pelo semanário dos Civita no dia 1º de outubro deste ano.

O protesto desmascarou o ataque raivoso de nossas elites, tão bem representadas pela Veja, Diogo Mainardi e companhia, contra um dos revolucionários mais importantes da história da humanidade, o argentino Ernesto "Che" Guevara.

Sabemos quais são os alvos deste ataque travestido de matéria jornalística. Sabemos que os interessados em desacreditar Che e o socialismo são os mesmos que mantém a opressão e a injustiça social no Brasil de hoje.

Também, diferentemente do que afirma Mainardi, os jovens socialistas não acham que "todos os políticos são meio [ou completamente] vagabundos". Acreditamos que a política, com "P" maiúsculo, é meio para a solução dos problemas da sociedade. Só poderemos resolver os problemas coletivos através de soluções coletivas. Sendo assim, a política se faz necessária como instrumento para construir, organizar e mediar qualquer tipo de mudança profunda em qualquer sociedade.

Se as classes dominantes do Brasil não sabem indicar e eleger representantes políticos de qualidade é um problema das elites. Se o povo quer eleger e elege representantes fiéis aos interesses populares é uma virtude dele, que deve ser respeitada e incentivada.

Sugerimos ao jornalista que leve suas concepções e idéias ao limite, provando com isso a validade das mesmas. Deveria assim, com a mesma veemência com que condena todos os políticos em sua coluna na revista, aconselhar Gustavo José Batista do Amaral - assessor de imprensa do Grupo Abril - e seu chefe, Roberto Civita, a interromper a caça de deputados pela retirada de suas assinaturas do pedido da CPI Abril-Telefônica, visto que todos os deputados são "vagabundos" e não investigarão nada.

Deveria, inclusive, chamar todos os homens e mulheres do planeta de vagabundos, pois, segundo Aristóteles, "todo homem, independente de ocupar cargo eletivo ou não, é um animal político".
Por fim, os jovens socialistas reiteram sua crença na democracia, na política e nas soluções coletivas para os problemas da sociedade brasileira. Sejam elas transportadas por políticos eleitos, ou pelo próprio povo organizado. A sociedade demanda que mudemos a política e os resultados dela. Jamais concordaremos com as conclusões reacionárias e elitistas do jornalista e nunca deixaremos de lutar por país livre, soberano, desenvolvido e socialmente justo.
Assina,

Direção Executiva Estadual da União da Juventude Socialista do Rio de Janeiro

Ato da UJS
Enterro do Senhor Mainardi, o cãozinho de Bush
Quinta-feira- 11 de outubro de 2007 - 15 horas
Praia de Botafogo, 501
Contato para entrevistas:
Igor Bruno - Presidente da UJS-RJ
(21) 7823-2722
Vitor Vogel - Diretor de Comunicação da UJS-RJ
(21) 7823-2105

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