sexta-feira, 9 de novembro de 2007

CACCIOLA


Um prato cheio para a imprensa

A imprensa brasileira ainda não parece ter percebido a excelente oportunidade que surge com a iminente extradição, pelo principado de Mônaco, do ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola. Uma pequena nota na revista Veja (nº 2027, de 26/9/2007) dá conta de que Cacciola tem mandado, por meio de familiares, alguns recados ameaçadores: ele promete contar detalhes do que antecedeu e do que se seguiu ao escândalo relacionado à desvalorização do real, em 13 janeiro de 1999 .

A julgar pelo conteúdo do livro Eu, Alberto Cacciola, confesso: o escândalo do Banco Marka, que lançou em 2001, Cacciola tem muito a oferecer aos jornalistas. Suas insinuações podem apontar para uma sólida ponte entre o caso que a imprensa está chamando de "mensalão mineiro" e que trata de possíveis desvios de dinheiro público para a campanha à reeleição do então governador de Minas, o tucano Eduardo Azeredo.



Entre a campanha de 1998, onde teria surgido o chamado "valerioduto" – esquema de captação de dinheiro para a campanha do PSDB em Minas, que passava pelas empresas do publicitário Marcos Valério –, e o chamado "mensalão", que levou à desgraça a antiga cúpula do PT, pode estar o episódio que tem Salvatore Alberto Cacciola como personagem central .A imprensa tem a oportunidade histórica de destrinchar esse caso, nomeando todos os envolvidos, sem privilegiar partidos com os quais possui afinidades ideológicas. Com isso, pode abrir a possibilidade de um movimento cívico que convença o Congresso Nacional – ou o que dele sobrar – a finalmente promover uma reforma política. Mas também pode repetir o que fez em 2005, sitiando sitiando o governo e privilegiando um dos lados da história.


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