O Comab abandonou os ferries ''Gal Costa'' e ''Mont Serrat'' durante os governos de César Borges e Paulo Souto. O patrimônio público foi sucateado. Quem vai pagar o prejuízo?, pergunta matéria do Jornal da Mídia, que está publicando uma série sobre o assunto.
O apresentador Raimundo Varela mostrou no seu programa Balanço Geral, da TV Itapoan, da Bahia, imagens incríveis do descaso com que os governos de Paulo Souto-César Borges-Paulo Souto, ambos do extinto PFL, agora DEM, trataram o patrimînio público, especialmente o Sistema Ferry-boat. Dois ferries totalmente apodrecidos estão boiando na Marina de Aratu.
Os ferries ''Gal Costa'' e ''Mont Serrat'', dois bens adquiridos com o dinheiro público, foram canibalizados, estão agora sucateados e devem ser vendidos como ferro-velho.
Não têm mais recuperação.
Esses dois navios, para quem não sabe, pertenciam à frota da extinta Companhia de Navegação Baiana (CNB), empresa estatal, e foram entregues, em 1996, completamente reformados, por uma exigência do consórcio que estava assumindo o controle e a operação do sistema ferry-boat, o Comab - Consórcio Marítimo da Bahia. O consórcio usava indevidamente a terminação Bahia, numa jogada de marketing, mas era inteiramente formado por um grupo de empresários paulistas, liderado por W. Washington, muito ligado, por sinal, ao ex-prefeito de São Paulo, Celso Pita.
A opinião pública baiana conhece muito bem a história da privatização, concessão ou doação do Sistema Ferry-Boat, ocorrida no governo de Paulo Souto, em 1996. Mas a memória sempre é curta e existe muita desinformação, inclusive por parte de profissionais da mídia, principalmente os mais novos.
À época da concessão, 1996, a imprensa divulgou amplamente suspeitas sobre a capacidade que o consórcio paulista Comab tinha para gerir um sistema tão importante, um serviço tão essencial que levou a Ilha de Itaparica a um desenvolvimento sem precedentes até o final dos anos 90.
O Comab foi um consórcio montado às pressas para assumir os serviços da CNB. No auge do neoliberalismo do governo de Fernando Henrique Cardoso, a Bahia queria ''dar o exemplo'' e embarcou na canoa furada de um projeto de privatização mal planejado, pessimamente concebido e muito suspeito.
A vítima foi a Companhia de Navegação Baiana, uma empresa histórica - a primeira de navegação a vapor a operar no Brasil. E o Estado , também.
Depois da CNB veio a Coelba e por pouco, muito pouco mesmo, não acontecia o mesmo com a Embasa, que foi salva pelo gongo das eleições de 2002. A Embasa já estava praticamente vendida ao mesmo grupo espanhol que comprou a Coelba.
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