quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Embarcações apodrecem na Bahia após privatização de PAULO SOUTO

Uma série de reportagens publicada pelo Jornal da Mídia, da Bahia, revela que estão apodrecendo ou sumiram diversas embarcações que pertenciam à frota da extinta Companhia de Navegação Baiana (CNB), empresa estatal, e foram entregues, em 1996, completamente reformados, por uma exigência do consórcio que ganhou o processo de privatização do sistema de transporte naval baiano durante o governo de Paulo Souto (PFL, agora DEM).

O Comab abandonou os ferries ''Gal Costa'' e ''Mont Serrat'' durante os governos de César Borges e Paulo Souto. O patrimônio público foi sucateado. Quem vai pagar o prejuízo?, pergunta matéria do Jornal da Mídia, que está publicando uma série sobre o assunto.

O apresentador Raimundo Varela mostrou no seu programa Balanço Geral, da TV Itapoan, da Bahia, imagens incríveis do descaso com que os governos de Paulo Souto-César Borges-Paulo Souto, ambos do extinto PFL, agora DEM, trataram o patrimînio público, especialmente o Sistema Ferry-boat. Dois ferries totalmente apodrecidos estão boiando na Marina de Aratu.

Os ferries ''Gal Costa'' e ''Mont Serrat'', dois bens adquiridos com o dinheiro público, foram canibalizados, estão agora sucateados e devem ser vendidos como ferro-velho.

Não têm mais recuperação.

Esses dois navios, para quem não sabe, pertenciam à frota da extinta Companhia de Navegação Baiana (CNB), empresa estatal, e foram entregues, em 1996, completamente reformados, por uma exigência do consórcio que estava assumindo o controle e a operação do sistema ferry-boat, o Comab - Consórcio Marítimo da Bahia. O consórcio usava indevidamente a terminação Bahia, numa jogada de marketing, mas era inteiramente formado por um grupo de empresários paulistas, liderado por W. Washington, muito ligado, por sinal, ao ex-prefeito de São Paulo, Celso Pita.

A opinião pública baiana conhece muito bem a história da privatização, concessão ou doação do Sistema Ferry-Boat, ocorrida no governo de Paulo Souto, em 1996. Mas a memória sempre é curta e existe muita desinformação, inclusive por parte de profissionais da mídia, principalmente os mais novos.

À época da concessão, 1996, a imprensa divulgou amplamente suspeitas sobre a capacidade que o consórcio paulista Comab tinha para gerir um sistema tão importante, um serviço tão essencial que levou a Ilha de Itaparica a um desenvolvimento sem precedentes até o final dos anos 90.

O Comab foi um consórcio montado às pressas para assumir os serviços da CNB. No auge do neoliberalismo do governo de Fernando Henrique Cardoso, a Bahia queria ''dar o exemplo'' e embarcou na canoa furada de um projeto de privatização mal planejado, pessimamente concebido e muito suspeito.

A vítima foi a Companhia de Navegação Baiana, uma empresa histórica - a primeira de navegação a vapor a operar no Brasil. E o Estado , também.

Depois da CNB veio a Coelba e por pouco, muito pouco mesmo, não acontecia o mesmo com a Embasa, que foi salva pelo gongo das eleições de 2002. A Embasa já estava praticamente vendida ao mesmo grupo espanhol que comprou a Coelba.


VEJA AQUI: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=27457

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