quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Jô Soares passa dos limites em programa racista e pedófilo

(24/10/2007 14:37)

Acabo de receber um e-mail que originalmente foi postado por Vilma Piedade do Movimento de Mulheres Negras do Rio de Janeiro. Ela envia o link de um recente programa do Jô Soares onde ele entrevista um sujeito que atende pelo nome de Rui Moraes e Castro. O tal foi no Jô sabe para quê? Para explicar a relação do penteado das mulheres negras de Angola com as suas vaginas.

Entre outras coisas o tal mostra um corte de cabelo, que segundo ele foi armado com bosta de boi e fala que aquela mulher quer mostrar que está “mais apertada”. E diz, em resumo, o seguinte: “como o negro começa sua relação sexual com seis, sete anos e essa mulher já tem 20, 21 anos ela está velha, acabada, larga. Então ela fez uma operação no clitóris a sangue frio, com uma faca de sapateiro, e fica mais fechada. Com esse cabelo ela está dizendo ao homem que voltou a ficar fechada e que vai dar tanto gozo ao homem como uma garota de sete ou oito anos...”.

Sabe o que o Jô fez, divertiu-se a beça com a história. E continuou a entrevista com preconceitos e histórias horrorosas assim por mais mais uns cinco minutos.

Estou indo lavar o rosto para me acalmar e não escrever o que estou com vontade. Sugiro ao movimento negro e a outras organizações do movimento social que tomem uma medida exemplar contra isso. É preciso ir à Justiça pedir punição ao Jô, ao seu programa e ao entrevistado que atentaram nessa entrevista contra uma série de artigos da Constituição.

Também peço àqueles que vierem a comentar que façam como eu e, mesmo com vontade, evitem os palavrões e os ataques pessoais. Terei de editar comentários desse tipo. Passem esse vídeo para o maior número de pessoas. E daqui a Fórum já se coloca à disposição para qualquer movimento solicitando punição ao Programa Jô Soares pelos preconceitos emitidos e por fazer alusão à pedofilia.

Isso não é censura. É a regra do jogo. Não é permitido ao concessionário de sinal televisivo ou de rádio a divulgação de informação ou programação que incentive o preconceito de cor, raça ou credo. Quanto mais falar em atos sexuais prazerosos com meninas de sete ou oito anos.



Para assistir o vídeo, é preciso usar o navegador Internet Explorer, porque o conteúdo de vídeo das páginas da Globo são acessíveis apenas nesse navegador e não no Mozilla Firefox ou Netscape:

A GLOBO TIROU O VÍDEO DO AR. MAIS TEM O YOUTUBE


O antropólogo do Jô Soares
(26/10/2007 17:20)



Como o vídeo que publiquei com a entrevista de Jô Soares sobre os “costumes sexuais” das negras angolanas está dando polêmica, resolvi abordar de novo o tema. Alguns leitores têm defendido a tese de que a entrevista não é preconceituosa por discutir sociologicamente e antropologicamente os costumes de certas tribos africanas. Honestamente, isso me parece tão racista quanto o discurso do entrevistado e as piadinhas do entrevistador. Também considero, sem pestanejar, um certo desrespeito à luta contra a pedofilia uma pessoa numa entrevista de canal aberto falar que uma menina de seis, sete anos, independente de onde ela viva, é mais fechadinha e apertada do que uma velha de 20 anos, que já está larga. E que por isso essa “velha” faz uma operação para voltar a ficar apertadinha e dar o mesmo gozo ao homem que uma menina de seis ou sete anos proporciona.

Além de nojento, considero isso sim uma incitação à pedofilia. Caso fosse o entrevistador, pedia no mínimo para que esse trecho da entrevista fosse cortado na edição. Ou então aplicava uma descompostura no distinto que estava do outro lado da mesa para que servisse como exemplo. Pediria a ele que não transformasse em piadinhas seus instintos animalescos e boçais, ao menos na minha frente. E que se quisesse tratar do tema que o fizesse com a seriedade devida.

Agora, como alguns leitores têm insistido que o “olhar antropológico e sociológico do entrevistador não pode ser censurado” publico aqui a capa da obra que levou o estudioso “dos hábitos sexuais das mulheres negras de Angola” ao Programa Jô Soares.

Depois tem que diga que a mídia comercial não é um vale tudo. De fato, é muito pior do que isso.








De: qfernandes

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