Há distintas explicações para este fenômeno, que destoa do restante do país no qual se verifica uma tendência mais progressista nas eleições. Por um lado, como registra o economista Marcio Pochmann, São Paulo se transformou no paraíso de rentistas e das camadas médias abastadas. O Estado, que já foi a locomotiva industrial do país e hoje mais se parece com um cemitério de fábricas, é o principal centro da oligarquia financeira. Das 20 mil famílias que especulam com os títulos da dívida pública, quase 80% reside em São Paulo e leva uma vida de opulência.
Esta elite preconceituosa mora em condomínios de luxo, desloca-se em helicópteros (a segunda maior frota do mundo) e carros blindados (a maior frota do planeta), e consome em butiques de luxo, como a Daslu. Ela não tem qualquer identidade ou compromisso com a nação, estando totalmente apartada da realidade de penúria do povo brasileiro. Ela ainda influência uma ampla camada média, que come mortadela e arrota caviar. Estas são as principais bases de apoio do bloco neoliberal e dos movimentos golpistas e racistas, como o "Cansei".
Por outro lado, o violento processo de desindustrialização do Estado, que resultou em desemprego, informalidade e precarização do trabalho, golpeou a combativa classe operária e fragilizou os seus sindicatos, enfraquecendo a influência política das forças mais vinculadas às lutas dos trabalhadores. Estes dois fatores, entre outros, explicam a forte hegemonia dos neoliberais tucanos em São Paulo.
Texto na integra: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=30671
Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro "As encruzilhadas do sindicalismo" (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).
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