terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DEM sai em defesa de lucro dos bancos contra imposto

O DEM (ex-PFL) resolveu assumir o papel de defensor dos lucros dos bancos. O presidente do partido da velha direita, deputado Rodrigo Maia (RJ), ingressou nesta segunda-feira (7) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na terça-feira (8), outra Adin questionará o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos.
"O partido decidiu entrar com as duas ações no STF contra esse pacote que pegou a todos - pelo menos aqueles de boa fé e que acreditam nas instituições do país - de surpresa", disse Maia, filho do prefeito carioca, Cesar Maia, também do DEM. Ele acusou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de agir "de forma cínica" e o governo de tratar o Legislativo "com pouco respeito".

"O que a sociedade espera é uma reação, um basta a esse desrespeito", afirmou Maia, que também atacou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a quem acusou de ter "perdido completamente a credibilidade". Jucá comentara horas antes que "a oposição tem toda legitimidade de defender os lucros dos bancos".

O governo Lula optou pela maior taxação das operações financeiras e do lucro líquido dos bancos para cobrir parte do rombo gerado pela derrubada, no plenário do Senado, da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O Executivo espera obter com elas R$ 10 bilhões em 2008; o restante do buraco orçamentário criado pelo fim da CPMF viria de cortes nos gastos e do aumento da arrecadação advindo do crescimento econômico.

No caso do IOF, segundo Rodrigo Maia, o DEM vai argumentar que haveria dupla cobrança do imposto e que foi desrespeitado o princípio constitucional da isonomia. Pelas medidas anunciadas pelo governo, a alíquota diária do IOF para pessoas físicas passou de 0,0041% para 0,0082% e criou-se um alíquota extra de 0,38%. Segundo Rodrigo Maia, o partido considera que há dupla cobrança para o contribuinte.

Além disso, na avaliação do partido, a medida provisória que aumentou a CSLL de 9% para 15% é inconstitucional porque não poderia valer este ano. O presidente do DEM afirmou que, apesar de o STF já ter analisado a questão em ações anteriores e dar ganho de causa ao governo, a nova composição da corte poderá favorecer a oposição. "A intenção é anular a decisão do governo em relação ao aumento da carga tributária", declarou Rodrigo Maia.

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