Buratti recua e registra depoimento que inocenta Palocci
Em 2005, empresário acusou o ex-ministro de receber propina e de envolvimento na 'máfia do lixo'
Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O trunfo secreto do ex-ministro Antonio Palocci está sob custódia de um tabelião de notas em São Paulo. Trata-se de documento de 128 linhas distribuídas em quatro páginas de um volume capa preta, o livro 2.713. É uma escritura de declaração, na prática a retratação de Rogério Tadeu Buratti, advogado, empresário, 45 anos, testemunha-chave do Ministério Público e da Polícia no cerco ao ex-ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Buratti, antes algoz de Palocci, virou seu aliado.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA EDIÇÃO DESTA QUARTA-FEIRA, EM O ESTADO DE S. PAULO
Retirou tudo o que afirmou em 19 de agosto de 2005, sob as formas e advertências da lei, perante seis promotores de Justiça e um delegado de polícia graduado. Também desdisse o que declarou à CPI dos Bingos. Em todas essas instâncias ele fustigou Palocci, a quem imputou desvios, fraudes, envolvimento em esquema de propinas. Fez as acusações "de livre espontânea vontade", conforme consta do seu depoimento formal à polícia.
Entenda o caso
Fundador do PT em Osasco (Grande São Paulo), Rogério Buratti foi assessor, em 1987, do então deputado José Dirceu na Assembléia de São Paulo. Na primeira gestão Antonio Palocci em Ribeirão Preto (1993/1996), ele ocupou o cargo de secretário de Governo. Em 1994, foi exonerado após suspeita de ligações com uma empreiteira, o que não ficou provado.
Em 1999, assumiu a vice-presidência da Leão & Leão, maior financiadora da campanha que, no ano seguinte, reconduziu Palocci à prefeitura. Em 2004, ele saiu da Leão, após ser acusado por dirigentes da Gtech de ter extorquido a empresa na renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal. Buratti teria exigido R$ 6 milhões da Gtech, que negou ter pago propina.
Em 2005, foi preso durante depoimento à polícia de Ribeirão Preto no inquérito em que é acusado de lavagem de dinheiro em operações com empresas de ônibus. E também foi indiciado por formação de quadrilha no caso conhecido como "máfia do lixo".
Buratti envolveu Palocci nos escândalos, acusando-o de receber propina de R$ 50 mil mensais durante dois anos, quando de seu primeiro mandato em Ribeirão Preto. Também envolveu o ex-ministro nas negociações da chamada "máfia do lixo", e na renovação de contrato da Gtech. As acusações nunca chegaram a ser provadas judicialmente.
Em 2005, empresário acusou o ex-ministro de receber propina e de envolvimento na 'máfia do lixo'
Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O trunfo secreto do ex-ministro Antonio Palocci está sob custódia de um tabelião de notas em São Paulo. Trata-se de documento de 128 linhas distribuídas em quatro páginas de um volume capa preta, o livro 2.713. É uma escritura de declaração, na prática a retratação de Rogério Tadeu Buratti, advogado, empresário, 45 anos, testemunha-chave do Ministério Público e da Polícia no cerco ao ex-ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Buratti, antes algoz de Palocci, virou seu aliado.
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Retirou tudo o que afirmou em 19 de agosto de 2005, sob as formas e advertências da lei, perante seis promotores de Justiça e um delegado de polícia graduado. Também desdisse o que declarou à CPI dos Bingos. Em todas essas instâncias ele fustigou Palocci, a quem imputou desvios, fraudes, envolvimento em esquema de propinas. Fez as acusações "de livre espontânea vontade", conforme consta do seu depoimento formal à polícia.
Entenda o caso
Fundador do PT em Osasco (Grande São Paulo), Rogério Buratti foi assessor, em 1987, do então deputado José Dirceu na Assembléia de São Paulo. Na primeira gestão Antonio Palocci em Ribeirão Preto (1993/1996), ele ocupou o cargo de secretário de Governo. Em 1994, foi exonerado após suspeita de ligações com uma empreiteira, o que não ficou provado.
Em 1999, assumiu a vice-presidência da Leão & Leão, maior financiadora da campanha que, no ano seguinte, reconduziu Palocci à prefeitura. Em 2004, ele saiu da Leão, após ser acusado por dirigentes da Gtech de ter extorquido a empresa na renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal. Buratti teria exigido R$ 6 milhões da Gtech, que negou ter pago propina.
Em 2005, foi preso durante depoimento à polícia de Ribeirão Preto no inquérito em que é acusado de lavagem de dinheiro em operações com empresas de ônibus. E também foi indiciado por formação de quadrilha no caso conhecido como "máfia do lixo".
Buratti envolveu Palocci nos escândalos, acusando-o de receber propina de R$ 50 mil mensais durante dois anos, quando de seu primeiro mandato em Ribeirão Preto. Também envolveu o ex-ministro nas negociações da chamada "máfia do lixo", e na renovação de contrato da Gtech. As acusações nunca chegaram a ser provadas judicialmente.
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