A jornalista - autora do livro PCC, a Facção - disse que denunciou a existência do grupo em 1985, mas que o governo só admitiu isso em 2002, quando 40 presídios se rebelaram.
Mesmo com o posterior reconhecimento, a jornalista avalia que a importância da facção criminosa foi subestimada pelo governo paulista, porque o PCC tinha 8 mil integrantes em 1996 e hoje já reúne 120 mil, segundo a própria polícia.
Ela também lembrou que, em 2006, um dos responsáveis pela segurança no estado disse que o PCC havia sido extinto. Hoje, afirmou Maria de Fátima, a organização conta com treinamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização terrorista colombiana, e tem vínculos com outras organizações estrangeiras, além de ter se fortalecido em quase todos os estados brasileiros.
Corrupção policial
Maria de Fátima Souza afirmou que um dos principais pontos a serem enfrentados para recuperar o sistema é acabar com a corrupção policial. Ela explicou aos parlamentares que a corrupção atinge todos os níveis do sistema, dos diretores de presídio a departamentos responsáveis pela alocação do preso.
Segundo a jornalista, falta pulso nesse combate. Ela citou o exemplo de um agente penitenciário: ele estava de plantão na fuga de 120 presos; foi transferido para Campinas, de onde fugiram 100 presos; seguiu para Pinheiros, na capital, de onde fugiram outros 50 presos. As sindicâncias, afirmou, não chegam a nada.
A jornalista disse ainda que outro dos motivos do crescimento da criminalidade é a ausência do Estado dentro e fora das prisões. Ela argumenta que o Estado permite que as organizações distribuam leite e cestas básicas, paguem advogados, entre outros benefícios. "O PCC faz uma rifa cujo prêmio é um apartamento de R$ 70 mil. Qual é o pobre que não quer?", indagou.
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