Pretendo seja este o meu último post sobre Gerald Thomas. Para brigar ou fazer sexo, assunto em que ele se considera especialista e candidato a meu mestre, é preciso haver concordância entre os parceiros ou entre os duelistas. Para mim, Gerald, já está bom. Conheço os seus argumentos: na sua opinião, escrevo o que escrevo porque não faço sexo e tive tumores, que você, erradamente, localiza no cérebro — eram no crânio.
(...) Foi além: ofereceu-se para me dar umas “dicas”. Em seu post mais recente, convida-me a fazer teatro...
Deixemos que ele (GERALD THOMAS) mesmo explique (seu texto segue na íntegra no pé deste post):
“ Uma universidade de Filosofia na Holanda deu a seguinte tarefa para seus pós-graduandos: os homens (somente os heterossexuais) deveriam ter uma breve experiência homossexual e descrevê-la num ensaio literário. Bem, não era exatamente ``qualquer'' relação homossexual que se pedia. Os mentores da proposta queriam atacar o tabu dos tabus (entre heteros) e criaram regras muito específicas: os futuros filósofos deveriam propor a um outro homem (também sem antecedentes gays) uma sessão de sexo oral. Ou seja, os alunos teriam que performar um boquete, e tem mais: teriam que ir até o fim, até o orgasmo (do outro) e nada de cuspir!” E emendou: “Não é incrível? Eu achei genial. Bem, tá bom, ela não é realmente genial, mas achei a proposta enormemente corajosa.”
Olhem, queridos, cada um na sua. Jamais questionarei o direito que Thomas tem de acreditar nas virtudes miraculosas da ingestão de sêmen e de escrever a respeito. Tenho cá é de conter o meu lado galhofeiro, hehe. O máximo de ousadia teórica a que os rapazes havíamos chegado antes, quase sempre sem sucesso, foi assegurar que aquilo fazia bem para a pele.
Que nada! Thomas toma esse ato corajoso como uma espécie de caminho para a paz perpétua kantiana A felação, com a conseqüente ingestão de sêmen — entre heterossexuais (?), bem entendido —, teria, parece, o poder de impedir as guerras.
(...) O mesmo vale para os outros que critiquei, o que deixou Thomas bravo e tentado a me dar “dicas” de sexo.
Bem, ele próprio padece deste mal, não é?
Eba, vamos lá!
Gerald Thomas, lá no blog dele, já cita meu nome. Besteira! “O Blogueiro” já estava bom. Afinal, sou “o” blogueiro, if you know...
Tá gostando, Gerald? Veja aí: mais leitores do que jamais teve. Se eu insistir um pouco (ou você), ainda acaba com um público bem maior do que aquele que foi assistir a suas peças, hehe. Não sei se vou lhe dar essa colher de chá. Em certa medida, para falar a sua linguagem, é como sexo: com demanda, o circo estará sempre armado.
Por que tirou do seu blog aquela desafiadora frase em quase-alemão, Gerald? É, querido... Virou certo hábito, no Brasil, o silêncio basbaque quando você passava com suas madeixas mais negras do que as asas da graúna depois de cair num pote de Henê Marú... Mas aqui o jogo é outro
Aí você encerra com uma tentativa de vileza nada original: “Sorry pelo tumor no cérebro. Eu não sabia. Alias, estou te conhecendo agora. E quer saber de uma coisa? Um abraço em vc”. Bobo! A Al Qaeda eletrônica é capaz de ser muito mais engraçada fazendo a mesma piada.
Sei que a precisão pra você não faz diferença, mas lá vai: “tumores”, não “tumor”. “No crânio”, não no “cérebro”. Foi uma tentativa de parecer condescendente comigo, Geraldo Tomás? Se você “soubesse”, teria me poupado? Mas me poupado de quê? Como diz um leitor, quem está com a vassoura na mão, recolhendo os cacos, sou eu.
Saiba a hora de parar, rapaz! Recomende a seus amigos que façam o mesmo.
Concluo
É, esse assunto já me aborreceu. Meu bom humor me obriga a dizer que eu e Thomas estamos proibidos de filosofar. Eu não sei alemão. Ele também não, hehe.
Perde seu tempo quem achar que estou chocado com o que vai acima. Tenho uma vida que talvez Thomas considere careta, convencional, mas não sou do tipo que se mete nas opções alheias. A vida privada das pessoas não me interessa. Ah, claro: ele desconfia que o Natal possa não ser a melhor data para expressar esse entendimento tão particular do cristianismo. E... Na Páscoa, talvez...
Espero que Thomas cuide do seu teatro, da sua vida, que seja feliz. É o meu desejo permanente a qualquer homem. Ele “se desculpou” comigo quando foi informado dos meus tumores “no cérebro” (sic).
Você me atacou porque julgou justo e merecido. Eu respondi pelas mesmas razões. Eu não tenho uma parte do crânio, e você tinge o cabelo. E daí?
Thomas também insiste em que ele é famoso, e eu, não. Huuummm... Poderia dizer um “depende o grupo” e tal. Mas não vou. Ele está certo. Uma das coisas que mais me divertem, Gerald, embora isso esteja se tornando menos freqüente, é me perguntarem: “Quem você pensa que é? Sabe com quem está falando?” Geralmente sei com quem estou falando, e, com efeito, “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada”. Isso, amigo, nos devolve ao começo e ao fim de qualquer história pessoal, não é?
Entre o nada inicial e o nada final, a gente vai brigando, um pouco, no caminho.
No que depender de mim, chega, Gerald!
LOVE pra você também.
Em seu blog, Gerald Thomas escreve sobre REINALDO AZEVEDO:
AQUI...
Minha conversa com o REInaldo
Estou no Rio, no meio do tumulto e, portanto, sem acesso a computador. Mas fiquei numa felicidade UNICA quando o tel tocou no meio de uma reuniao: era o Reinaldo dizendo que estava comentando o meu post aqui de baixo. Acabo de ler o que ele escreveu No Blog dele: Ana, se vc estiver lendo isso, please, pode reproduzir o texto dele aqui tambem: Reinaldo, se vc quizer, tenha a total liberdade de reproduzir a nossa troca de e-mails que precederam o telefonema, pra que a coisa fique transparente. Ou nao. O que quero dizer eh que aprendi MUITA COISA!
1- que nao se ataca simplesmente sem constatar antes quem e: isso eh gratuito e leviano. O Reinaldo e eu - obvio - divergimos em alguns pontos. Mas estamos em TOTAL acordo sobre outros!! Falamos sim sobre Fidel. Nao chegamos a nenhuma CONCLUSAO senao a de sempre: DITADURAS sao HORRENDAS. mas me expressei quanto a peculiaridade desse "enigma", "estranho" que ainda eh adorado dentro de sua propria ilha. Comparamos com o Hoenecker da ex DDR (pelo fato d'eu ter cruzado tantas vezes o Checkpoint Charlie ou o Bahnhof Friedrichstrasse) pra levar laranjas e macas pra familia do lado de la: e como isso me doia. Como era HORRRRRIVEL aquilo ali.
2- Rimos sobre o que temos em comum: o odio sobre o PATRULHISMO XENOFOBICO de MERDA e o (meu) DESENCANTO TOTAL por esse que se chama de presidente ai: o LULA. Ja escrevi sobre o Lula e Bush no Tendências e Debates na pág. 3 da Folha. Preciso sair. Mas escrevo mais. Como disse antes, achei o Reinaldo uma pessoa Maravilhosa. Por favor, PAREM com estereótipos!!!! Se vcs querem ver sangue, se matriculem nos Gracies. Vejam luta livre ou vao a luta! Entre nos? Vamos nos encontrar, espero, e tomar um belo cafe brasileiro e reclamar da vida. Ou celebra-la, o que eh mais o nosso estilo.
VIVA
LOVE
Gerald
PS: ah, e para aqueles que afirmam que eu "ganhei" muitos leitores por causa dele: Otimo. Eh uma HONRA! Eu mesmo lerei o blog dele! Mas eh bom lembrar: blog eh de graca. Teatro ainda eh pago e tem que se estacionar, pegar taxi, etc,...essas coisas. Quem dera a vida fosse resolivida aqui, nesse espaco virtual.
Eu e Reinaldo, Reinaldo e Eu
Desculpe decepcioná-los mas conversamos{ EU E O REINALDO} longamente ontem por telefone (iniciativa minha depois que percebi que tínhamos muito mais em comum do que contra). Foi ÓTIMA a conversa.
ÓTIMA. Essa troca de ofensas não leva a nada. Absolutamente nada. Li o blog dele e amei. Conversamos madrugada adentro, divergimos sobre poucas coisas, concordamos sobre TANTAS outras! Fiz um amigo. Espero que ele também.
Gerald (and the rest is NOT silence)
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