terça-feira, 11 de março de 2008

Até presidente do PSDB admite:l

Implosão de aliança com DEM na capital
José Henrique Reis Lobo - até ele, eleito presidente do PSDB paulistano como nome de consenso entre as alas ligadas a Geraldo Alckmin e José Serra - admitiu ao jornal Folha de S. Paulo que não acredita mais na reedição da aliança entre ''demos'' e tucanos na eleição municipal desse ano na capital.

Lobo alega que tanto a ala que defende a candidatura Alckmin quanto a que deseja o PSDB apoiando a reeleição de Kassab ''têm um discurso pela união. Mas, na verdade, estão conspirando contra a coligação.'' Nas últimas semanas se intensificaram as movimentações de tucanos ligados ao ex-governador para consolidar a tese da candidatura própria à prefeitura, sendo que vazou à imprensa que, por intermédio do Instituto Teotônio Vilela, já procuram até local para o funcionamento do comando da campanha.

De outro lado, as lideranças ligadas a José Serra e que ocupam espaços na administração municipal também se mexem e expõem cada vez mais abertamente o racha. Após a bancada tucana na Câmara Municipal divulgar manifesto favorável à aliança pela reeleição do prefeito Gilberto Kassab, no último domingo foi a vez de Walter Feldman, Secretário Municipal de Esportes, escrever o artigo ''Aliança, Lealdade, Estratégia'', defendendo a preferência para o DEM de encabeçar a chapa com apoio tucano.

A beligerância de parte à parte é que coloca a pulga atrás da orelha de Reis Lobo e o faz desacreditar de entendimento entre as legendas já no primeiro turno. ''Quando falta serenidade, é difícil construir algo positivo'', lamenta.
Seja qual for o desfecho da pendenga, dificilmente o partido conseguirá evitar que o atual problema interno seja solucionado a tempo de suas lideranças marcharem unidas, e sem ''corpo mole'' da parte preterida, no processo eleitoral.
Há também que se aguardar a reação do DEM à quebra da parceria. O presidente do partido, deputado Rodrigo Maia, chegou a colocar na mesa a possibilidade de entendimentos com outras legendas até para a eleição presidencial de 2010, em resposta às movimentações de rompimento da aliança em São Paulo e do apoio do PSDB à candidatura de Fernando Gabeira (PV), no Rio, em detrimento da deputada Solange Amaral (DEM).

De São Paulo,
Fernando Borgonovi
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