Presa ex-parlamentar envolvida
BOGOTÁ - A ex-congressista colombiana Yidis Medina, cujo voto validou uma reforma constitucional que abriu a porta para a reeleição do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, entregou-se no domingo à noite para enfrentar as acusações de ter recebido favores políticos em troca de apoiar a moção. O escândalo pode atrapalhar os planos de Uribe tentar uma segunda reeleição.
Atualmente, os aliados de Uribe recolhem assinaturas para tentar mudar novamente a Constituição e permitir que o presidente dispute o terceiro mandato. Na noite de ontem, Uribe rechaçou as acusações. "O governo nacional persuade. Ele não compra consciências," disse o presidente colombiano, ao ser questionado.
A Suprema Corte de Justiça da Colômbia ordenou na sexta-feira a captura da ex-congressista Yidis Medina, acusada de ter recebido benefícios políticos e financeiros em troca de favores no desempenho de um cargo público. No caso, a deputada teria votado pela reeleição de Uribe em 2005. Um pouco antes, em 2004, manifestou-se contra a reeleição, mas mudou de opinião.
A possibilidade de reeleição para presidente na Colômbia foi aprovada por uma comissão no Congresso por 18 votos a favor e 16 contra, em 2005. "Eu lhe recomendei que se entregasse, era mais conveniente e assim ela decidiu se apresentar", disse seu advogado, Ramón Ballesteros.
A ex-congressista revelou em recentes entrevistas que funcionários do governo Uribe prometeram lhe entregar vários cargos públicos regionais, em troca do apoio e voto na reforma constitucional que permitiu a reeleição presidencial. Na época, a mudança de opinião da então congressista despertou a suspeita da procuradoria geral da Colômbia, que começou a investigá-la.
Após três anos, no entanto, foi a ex-deputada Medina - que era suplente no Congresso e não tentou se reeleger em 2006 - optou por denunciar o governo Uribe, ao dizer que não foram cumpridas as promessas de entregas de cargos públicos. A oferta teria sido feita em 2004 pelo então ministro do Interior da Colômbia, Sabas Pretelt, atual embaixador da Colômbia na Itália, bem como pelo ministro de Proteção Social, Diego Palácio.
O diretor da emissora de televisão Noticiais Uno, Daniel Coronell, revelou no domingo uma entrevista feita há mais de três anos, na qual Medina disse que Uribe a chamou no dia seguinte à votação para lhe agradecer e confirmar que "o que foi pactuado seria cumprido."
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