terça-feira, 29 de abril de 2008

DO BLOG DA LÚCIA HIPOOLITO

29/04/2008
Terceiro mandato é hipótese concreta


O fato de 50,4% dos entrevistados na última pesquisa CNT/Sensus aprovarem alterações na Constituição para permitir que o presidente Lula concorra a um terceiro mandato é conseqüência natural do aumento da popularidade do presidente.

Afinal, o consumo está crescendo, o número de empregos formais aumenta, o crédito é abundante, a indústria produz como nunca, o Bolsa-Família atinge 25% das famílias brasileiras.

Além disso, os eventos do PAC estão promovendo uma superexposição do presidente, coisa nunca vista nem em período eleitoral.

Assim, sobe a popularidade de Lula, seu governo se beneficia e os índices de aprovação também sobem...

E, naturalmente, se o entrevistador pergunta depois se o povo quer que Lula permaneça, a resposta só pode ser afirmativa. Para sempre? Talvez.

Enquanto durar o bom momento que o país está vivendo. Por que não?

Isto não tem necessariamente a ver com uma adesão a uma mudança institucional permanente no Brasil, isto é, reeleição infinita, e para todo e qualquer presidente.

São números que pertencem a Luiz Inácio Lula da Silva. Números pessoais e intransferíveis.

Agora, para que isto aconteça, é preciso uma emenda constitucional aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado, por um quórum de três quintos, ou seja, 308 deputados e 49 senadores em cada um dos turnos.

Afinal, não foi assim que se instituiu a reeleição, em 1997? Ali houve o grande equívoco: permitir que o presidente Fernando Henrique fosse beneficiário da mudança.

Aberto o precedente, fica difícil justificar uma oposição à hipótese do terceiro mandato.

Portanto, não é suficiente o presidente Lula argumentar que não quer mais um mandato. Ele também era contra a reeleição. E segundo o próprio Lula, “circunstâncias políticas” o levaram a se recandidatar.

Assim também, “circunstâncias políticas” podem levar Lula a aceitar, docemente constrangido, o terceiro mandato.

Esta situação só vai se definir mesmo em outubro de 2009, ou seja, um ano antes da eleição presidencial de 2010, como manda a lei eleitoral.

Postado por Lucia, às 07:56- Comente 24 comentário(s)
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