quarta-feira, 9 de abril de 2008

Governo vai ter presidência e relatoria da CPI dos Cartões exclusiva do Senado, diz Jucá

Após a leitura da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) composta apenas por senadores para investigar o uso de cartões corporativos no governo federal, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse hoje (8) que a oposição quebrou o acordo com a base do governo ao pedir uma CPI exclusiva no Senado e, por isso, os governistas vão reivindicar tanto a presidência, quanto a relatoria da nova comissão.

Jucá argumentou que a oposição "quebrou o acordo" firmado com os governistas, que cederam ao PSDB a vaga de presidente da CPI mista dos Cartões Corporativos, composta por representantes das duas Casas, Senado e Câmara dos Deputados. A comissão mista, presidida pela senadora tucana Marisa Serrano (MS), foi instalada no dia 11 de março.

"Nós defendemos a partilha de cargos da CPMI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito] no Congresso exatamente para construir um entendimento. Se esse entendimento acaba, não temos nenhum outro compromisso com a oposição", disse Jucá. Segundo ele, os cargos deverão ficar com o PMDB e com o PT, que serão os dois maiores partidos com representação na nova CPI.

Pouco antes, o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), havia afirmado que a oposição terá "uma reação espartana" a qualquer tentativa dos governistas em retirar dos tucanos e do DEM o direito de indicar um dos cargos.

O líder da Minoria, Demóstenes Torres (DEM/GO), disse que não houve qualquer quebra de acordo com os governistas por parte da oposição. "Nós não fizemos acordo para não investigar. A investigação não aconteceu (na CPMI)", justificou Demóstenes. Segundo ele, o governo colocou na CPMI deputados, "alguns com as maiores desqualificações possíveis", para impedir as investigações.

Ele disse que a oposição vai brigar por um dos dois cargos. "Se o governo for tentar os dois, já é mais uma briga", afirmou. O senador diz que sua preferência é pela relatoria, especialmente se ele for o indicado para representar a oposição.

Já o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN), lamentou a criação de mais uma CPI. "Qualquer pessoa de bom senso haverá de chegar à conclusão que uma CPI precisa ter tranquilidade para apurar a verdade. E duas CPIs sem tranquilidade, sem compreensão dos verdadeiros deveres de uma operação, faço pouca fé nesse trabalho", disse.

Para Garibaldi, a briga entre governo e oposição pelos principais cargos é uma "divergência anunciada". "Uma apuração dessas não pode ser tratada dessa maneira", concluiu.

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