A televisão continua extrapolando na cobertura da morte da menina Isabela. Hoje, Ana Maria Braga levou um dos promotores do caso para falar do assunto, e o que mais se ouviu foi a palavra "assassino", sobre o pai da criança. Ontem, o programa "Bom dia, mulher", da Rede TV!, chegou a exibir seqüências do desenho "Branca de Neve e os sete anões", relacionando a tragédia à vilã Madrasta, personagem desse longa-metragem infantil. Coisas de enlouquecer qualquer um. Há até os que montam cara de tragédia, tentando passar indignidade, quando estão mais interessados em buscar pontos no Ibope.
E por aí se verifica que os grandes artistas da nossa tevê não estão restritos somente às novelas. Alguns desses nossos colegas jornalistas surpreendem pela facilidade que têm de se prestar a qualquer coisa, por ordem, claro, de suas editorias. Uma vergonha.
E os exageros não param. Dia desses, o helicóptero da mesma Rede TV! acompanhou por 33 minutos um carro pelas ruas de São Paulo, dizendo que dentro dele estava o advogado do pai da menina. Depois de todo esse tempo, sai de dentro do veículo um senhor de cabelos grisalhos, que nunca teve nada com a história.
Quando nenhum fato novo é acrescentado ao caso, ficam repetindo os conhecidos, até 14 ou 15 vezes. E assim vamos indo, agora, inclusive, com a Bandeirantes acusando Globo e Record de roubar as suas imagens. Jornalismo sério não é isso.
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