O prefeito de Curionópolis (PA), Sebastião Curió (PMDB), teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início deste ano. Ele foi acusado de compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2004. Em maio de 2006, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE) já havia cassado seu mandato, mas Curió ainda governava por força de liminar. A cidade de Curionópolis foi fundada pelo próprio Curió em 1989.
Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, é odiado pela esquerda brasileira por ser um ícone da repressão iniciada pela ditadura militar em 1964. Curió foi treinado no Panamá pelo governo dos Estados Unidos, assim como outros militares que sustentaram ditaduras latino-americanas as período.
O militar coordenou a Operação Sucuri, em 1973, que reprimiu com extrema violência e covardia a guerrilha do Araguaia, organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Cerca de 60 militantes sumiram depois da operação. Curió também responde na justiça por crime de homicídio contra menores, em Brasília.
Curió também comandou a intervenção militar em um dos primeiros acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 1981, época em que ele ainda estava se formando, em Ronda Alta (RS).
Em 1980, o prefeito cassado foi nomeado pelo presidente militar João Figueiredo, como interventor do garimpo de Serra Pelada, em Eldorado dos Carajás, e graças a esta influência, conseguiu se eleger deputado federal, função que exerceu de forma medíocre entre 1983 a 1987, rivalizando no plenário com o ex-guerrilheiro do Araguaia, José Genoíno. Á época, a ditadura negava a existência do conflito.
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