O documento possui dados dos gastos com suprimento de fundos de 1998 e 2001, incluindo os cartões corporativos e as contas "tipo B". Estão registrados em 13 páginas o número do processo administrativo de cada despesa, o nome do servidor responsável pela compra, o número da folha do processo e da nota fiscal, a data e o valor do gasto, o nome da empresa que vendeu para o governo e o bem adquirido.
Ao lado, no fim da coluna, no espaço "observações", surgem as citações à Ruth Cardoso. Além dela, o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge, e os ex-ministros Clóvis Carvalho e Aloysio Nunes Ferreira também estão no documento. Os dois primeiros com a ex-primeira-dama na locação de um carro em 1998, e Ferreira no pagamento de uma hospedagem no Rio de Janeiro.
Aluguéis
O nome de Fernando Henrique não aparece explicitamente. Uma referência é feita sobre um jantar que teria sido preparado pelo restaurante Fasano, de São Paulo, por R$ 2.640 para 60 pessoas no Palácio do Alvorada em 3 de março de 1998. E outras referências são feitas sobre aluguéis de veículos para viagens presidenciais.
90 centímetros DE VELUDO ALEMÃO
Há despesas curiosas não ligadas diretamente à ex-primeira-dama, mas que teriam sido feitas por funcionários da Presidência da República. Na maioria das vezes, nesse caso, as palavras estão com um tamanho maior que as demais. Aparecem, entre outras coisas, compras de 30 toucas para banho, pacote de lixas de unha com 144 unidades, sabonetes, 90 centímetros de veludo alemão, 13 gravatas borboletas, 50 travesseiros "sonoleve", balas, chicletes, balinha de licor, gelatina, garrafas de aguardente, champanhe, vinhos, cervejas e até uma touca de natação.
VINHOS PARA VIAGENS PRESIDENCIAIS, LAGOSTAS, PARGO, LINGUADO e até CARVÃO PARA CHURRASCO
No dia 10 de setembro de 1998, um servidor do Palácio do Planalto comprou 70 garrafas de vinho para "atender viagens presidenciais", segundo o documento, por R$ 1.735,20. Em 29 de março de 2001, foram gastos R$ 1.321,74 numa peixaria com badejo, lagosta, pargo e linguado, de acordo com observação feita com destaque. Uma jaqueta foi comprada, diz o dossiê, por R$ 180,00 em 28 de agosto de 1998. Numa mesma semana de outubro, um servidor da Presidência da República gastou dinheiro com vinhos, licor, azeite, e castanha. Um mês depois, comprou carvão para churrasco e muita gelatina.
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