Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O delegado responsável pelas investigações sobre as causas do acidente com o Airbus da TAM, em julho do ano passado, Antônio Carlos Barbosa, confirmou para os parentes das vítimas durante o 9º Encontro das Famílias do Vôo TAM JJ 3054 hoje (17), em Porto Alegre, que a posição dos manetes foi uma das causas determinantes para o acidente.
Segundo o assessor de imprensa da associação e irmão de uma das vítimas, Roberto Gomes, o delegado foi taxativo ao dizer que agora pode afirmar que um dos manetes estava em posição de aceleração e o outro de frenagem.
"Ele só não sabe explicar ainda porque os manetes ficaram nessa posição. Se foi erro humano ou falha do equipamento que não aceitou o comando", disse.
Segundo Gomes, o delegado afirmou que a conclusão foi possível depois da análise de laudos técnicos e dados eletrônicos obtidos no computador de bordo do avião.
Gomes disse que o delegado garantiu que além do manete, houve outras causas para o acidente, mas que para atestar são necessários laudos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), que não forneceram os documentos ao delegado.
"Já é sabido por todos que o avião estava vindo a São Paulo para manutenção, que o reverso estava pinado, o que ia contra as normas da Anac já em vigor na época, e que a pista estava sem o grooving [ranhuras na pista que ajudam no escoamento da água e na frenagem das aeronaves]".
Gomes disse que o perito que trabalha no caso, Antônio Nogueira, ressaltou que ainda não se sabe se o tipo de avião envolvido no acidente era adequado para pousar em uma pista como a do Aeroporto Internacional de Congonhas.
"Não se pode afirmar que a pista é inadequada para o pouso de todos os tipos de aviões. Talvez ela não seja boa para alguns tipos de aeronaves maiores, como aquela. Falta um laudo que confirme isso", disse Gomes.
Os parentes das vítimas permanecem reunidos em Porto Alegre durante todo o final de semana. Amanhã eles se reúnem em frente ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital gaúcha, para plantar 199 mudas de árvores que simbolizam cada uma das vítimas do acidente, na extensão da avenida que dá acesso ao aeroporto e em uma rotatória (cruzamento circular de uma ou mais vias) próxima ao terminal.
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