quarta-feira, 7 de maio de 2008

A BATATA DO "CHUCHU" ESTÁ ASSANDO

Ala pró-Kassab tentará derrubar candidatura Alckmin

SÃO PAULO - A ala dos tucanos contrária ao lançamento da pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) a prefeito de São Paulo vai tentar reverter na convenção do partido, em junho, o resultado da reunião de segunda-feira que oficializou o nome do ex-governador à sucessão municipal. "Faremos o que vínhamos anunciando desde o início, que é ir para a disputa em convenção com a apresentação de uma outra proposta", afirmou o secretário de Esportes do município, Walter Feldman - principal defensor da candidatura à reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Os tucanos pró-Kassab vão propor que na convenção sejam colocados em votação o apoio à aliança com o DEM e a desistência da candidatura própria com Alckmin. Os kassabistas dizem já ter o apoio de cerca de 500 dos 1.228 delegados com direito a voto na convenção.

O grupo, capitaneado por vereadores e secretários tucanos com cargos no governo Kassab, sustenta que a reunião de segunda-feira não tinha legitimidade para deliberar sobre a candidatura do ex-governador, mas apenas para discutir a sucessão. "O que o presidente Lobo fez foi apenas uma manifestação política tendo como platéia o Diretório Municipal", criticou Feldman.

Ontem o governador José Serra (PSDB) evitou falar sobre o lançamento do nome de Alckmin pelo Diretório Municipal, mas sugeriu que a decisão não se tratava de uma medida conclusiva. Ao lado de Serra, Kassab foi mais explícito e disse que até as convenções não há nada definido sobre candidaturas. Independentemente da questão de lançamento de candidaturas, qualquer que seja o partido, até as convenções temos tempo para que haja um esforço para manutenção dessa aliança", afirmou o prefeito.

Acusado por tucanos pró-Kassab de empreender um projeto pessoal ao lançar-se para a disputa municipal, Alckmin fez questão de dizer hoje que a decisão do Diretório Municipal traduziu a vontade da base do partido. "O presidente do partido fez um trabalho de ouvir a base do partido, sentiu a vontade da maioria partidária e tomou uma posição importante."

Para o ex-governador, o momento agora é de discussão de alianças. Alckmin, entretanto, foi irônico ao falar sobre a possibilidade de coligação com o DEM no primeiro turno. "Você só pode fazer aliança com quem não tem candidato próprio. Se eles tiverem, fica difícil."

O ex-governador minimizou o racha no PSDB evidenciado no encontro do Diretório Municipal. "O que existe é vida partidária. Unanimidade existe depois de tomada a decisão."

Um dia depois da guerra travada entre tucanos pró-Kassab e alckmistas na reunião do diretório do PSDB, Alckmin, Kassab e Serra dividiram o mesmo palco para a inauguração do Instituto do Câncer de São Paulo. A única aproximação pública entre os dois tucanos foi para um aperto de mão. Pela manhã, Kassab e Serra estiveram juntos para entregar uma outra obra - duas alças de acesso na Rodovia Fernão Dias.

A cinco meses das eleições, o ato foi marcado pela disputa entre o PT e o DEM pela paternidade da obra. Do palanque, o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), fez questão de relembrar as cerca de 200 pessoas que acompanhavam os discursos de que a obra havia sido compactuada com o governo federal pela ministra Marta Suplicy quando prefeita da capital - e que deve voltar a disputar o cargo este ano. Já Serra ressaltou que a obra ficou parada por 20 anos e que na gestão dele na prefeitura foi retomada e continuada por Kassab.

Na semana em que o PSDB lança seu pré-candidato, a dobradinha Serra-Kassab nos palanques será repetida à exaustão. Eles entregarão até sábado duas grandes obras. Na quinta-feira será a ponte Jurubatuba, em Interlagos. No sábado, a ponte estaiada, que ligará a Marginal do Pinheiros à Avenida dos Bandeirantes.

Nenhum comentário:

Marcadores