quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lula à oposição: farei o sucessor - PROMESSA!


Ao lado de Dilma Rousseff, presidente condena manifestações pelo terceirto mandato

MANAUS - Rodeado por insinuações sobre a possibilidade de um terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empenhou-se ontem em negar qualquer possibilidade de permanecer por mais quatro anos no poder. Ao participar de dois eventos em Manaus, o presidente disse ser um "cumpridor da democracia" e desafiou a oposição ao reafirmar que elegerá seu sucessor no Palácio do Planalto.

Ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aclamada pela platéia como alternativa para o posto, ele disse considerar que as tentativas de alterar a legislação eleitoral poderiam dar nascimento a um "ditadorzinho".

"Não tem essa de terceiro mandato. Acaba agora em 2010", afirmou Lula, ao inaugurar obras de saneamento e habitação, além de um reservatório de água, na capital amazonense. Ao descartar a tese, ele disse que temia até uma segunda estadia no Planalto por ter medo de "apanhar tanto" que poderia "morrer de pancada".

Ao lembrar as críticas que sofreu quando assumiu, pela desconfiança quanto à sua capacidade de fazer um bom governo, Lula disse que sua equipe "apanhou feito um cão sarnento". "O que eles não sabiam é que eu tinha a convicção de que sabia mais do que eles e não podia errar". E emendou: "Mas uma coisa eles têm de saber: é que nós vamos fazer o próximo presidente da República neste País."

Pouco antes de discursar, Lula ouviu insinuações sobre um terceiro mandato do governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), que afirmou que o presidente conseguiu o voto de nove em cada dez amazonenses na última eleição. "Se houvesse hoje uma nova eleição no Estado do Amazonas, o senhor teria dez em dez", acrescentou o governador. Em uma resposta à tese defendida por lideranças locais, Lula também descartou qualquer possibilidade de disputar um mandato de senador em 2010.

Candidata - Lula não citou diretamente Dilma como candidata, mas voltou a destacá-la como a "mãe do PAC" e cobrou críticas da oposição à ministra, abalada pelo caso do dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "No outro dia, quando eu chamei essa mulher aqui de mãe do PAC, teve gente que não gostou. E ela é que é a responsável pelo sucesso do PAC. Porque é ela que controla, ela que fiscaliza, ela que cobra", afirmou.

Mas a platéia encarregou-se de lançar o nome da ministra para 2010 ao gritar repetidamente seu nome quando Lula falava em eleger seu sucessor. No meio da multidão, um homem levantou uma faixa improvisada com a frase: "Dilma presidente em 2010".

Lula buscou amenizar o clima de campanha e afirmou que é preciso evitar que um ato da Presidência da República seja transformado em um ato eleitoral. Ainda assim, comentou os apelos por uma candidatura de Dilma. "Vocês viram que eu tomei o cuidado de não citar nomes. Agora vocês, seus enxeridos, é que citaram nomes. Eu não citei", disse, arrancando risos da platéia.

Interesse
Lula voltou a pedir a prefeitos que não façam da próxima eleição municipal "uma guerra" e priorizem o trabalho conjunto com adversários políticos em benefício da população.

Além disso, ele criticou a prioridade dada por alguns políticos a obras com visibilidade. Disse que seu governo não tem receio de fazer investimentos escondidos sob a terra. "Você vai colocar cano em baixo da terra, não dá para colocar nome da mãe, nome da sogra, nome do sogro", ironizou. "Então é preciso fazer ponte, ponte para colocar o nome."

Apesar da crítica, a construção de uma ponte que atravessará o Rio Negro foi um dos empreendimentos lançados pelo presidente na visita a Manaus. A obra terá um investimento de R$ 575 milhões, sendo R$ 400 milhões provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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