segunda-feira, 26 de maio de 2008

CUIDADO COM O POLITICAMENTE INCORRETO

Leila Cordeiro
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A expressão “politicamente correto” se faz cada dia mais presente na vida do cidadão. Tem sempre alguém disposto a denunciar, com ou sem razão, quem põe pra fora suas idéias, que ao serem contrapostas às novas tendências passam a ser encaradas como retrógradas e fora de moda.

A humanidade sempre teve que adaptar seu código de sobrevivência à evolução dos tempos, e agora isso não é diferente, até porque, a modernidade dos costumes e os hábitos do ser humano correm mais rápido que o próprio tempo marcado no relógio. Entretanto é preciso muito cuidado com os novos valores, regras e princípios, cultuados à exaustão pela humanidade desde seus primórdios.

Vejam os gays, por exemplo, que neste domingo fazem a sua Parada do Orgulho Gay em São Paulo. Colunistas e pessoas públicas têm que ter o maior cuidado quando se referem a esse e outros grupos minoritários da sociedade. Um pequeno deslize ou uma expressão mal interpretada, pode dar origem a um processo por discriminação. Nos dicionários especializados, encontramos a a definição:

“O termo homossexual significa do mesmo sexo. Pessoas que são chamadas de homoeróticas. O termo “homossexual” não é mais adequado nesse contexto, assim como se usar o termo “opção sexual’ também não. Um homoerótico não escolhe ser gay, ele apenas é orientado (pela sua própria existência), a ser o que é. O termo correto é, portanto ”orientação sexual”.

Concordo plenamente. Até porque, ensina a história que, em tempos passados, a beleza dos corpos masculinos era valorizada entre os homens, que acabavam seduzidos uns pelos outros e se entregavam às paixões “homoeróticas “, de corpo e alma. Assim aconteceu em Esparta, Alexandria, Roma e Atenas. Na época, as mulheres eram inferiores porque não tinham essa capacidade, portanto se destinavam apenas à reprodução.

Mas isso foi há muitos séculos. Agora a mulher está mais atuante do que nunca. A tal ponto que já aderiu, faz tempo, ao hábito, antes tão historicamente masculino, do gosto pelo mesmo sexo. A prova disto está na passeata do GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) que inclui também um simpósio para dicutir o tema e suas consequências.

Eu particularmente sou a favor da liberdade de expressão. Sou contra à exploração do tema, transformando-o, muitas vezes, em piadas de programas humorísticos na TV, onde as emissoras, em busca de audiência, ridicularizam aqueles que escolheram uma opção sexual diferente. Ops, já ia eu caindo do cavalo. Esse diferente aí já dá uma idéia de discriminação, ignorem-no.

A verdade é que esse é um tema delicado de se discutir quando não se está envolvido nele concretamente. Fácil é julgar um travesti que optou pela vida de prostituição como se fôsse uma mulher.

O caso do jorgador Ronaldo é típico. Ele encontra uma mulher numa festa e a leva para um quarto de motel e pede que ela convide duas colegas para a noitada. Segundo ele, só no quarto percebeu que Andréia não era mulher. Ora, não é preciso nenhuma perícia nas partes íntimas do travesti, qualquer pessoa vendo as fotos ou as entrevistas de Andréia percebe na hora que se trata de um travesti.

Como Ronaldo é famoso e já deu muitas alegrias à torcida brasileira, a pobre da Andréia é que vai ser processada por tentativa de extorsão. É aquela velha história, a corda arrebenta sempre do lado mais fraco.

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