Segundo ele, a maioria dos participantes do protesto são alunos ou ex-alunos de cursos pré-vestibulares, organizados pela Educafro. Entre outras reivindicações, eles pediram que instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) incluam em seus processos seletivos regulamentos que favoreçam a inclusão de negros no ensino superior.
"Isso é um recado para as duas universidades e para outras, que não utilizam a política de cotas no vestibular", disse Wenceslau. "Só privilegiar o ingresso de estudantes de escola pública não aumenta o número de negros na universidade", completou.
De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) a manifestação reuniu cerca de 300 pessoas e não prejudicou o funcionamento do aeroporto. Os manifestantes informaram que não bloquearam o acesso aos balcões das empresas, somente entregaram panfletos com reivindicações do movimento.
Eles escolheram o aeroporto de Congonhas como local da manifestação, disse Wenceslau, pois o ambiente "é por tradição excludente". Segundo o coordenador da Educafro, quase não se vêem negros trabalhando em companhias aéreas e na própria Infraero, que é uma empresa estatal.
Durante os protestos, os manifestantes pediram também que políticas pró-negros sejam debatidas como programa de governo nas próximas eleições municipais, que serão realizadas em outubro, e protestaram contra "grupos racistas" que levaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) um manifesto contra a adoção de políticas de cotas em vestibulares e concursos.
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