VEJA resolveu fazer gracinha ( A SERVIÇO DA FIESP) com o DEPUTADO Moraes (PTB-RS), deputado federal em primeiro mandato, eleito presidente do Conselho de Ética.
A revista publica uma entrevista com ele, que conclui o papo com uma ameaça explícita ao repórter.
VEJAM UM TRECHO DA REPORTAGEM
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RECEPTAÇÃO DE JÓIAS ROUBADAS E ENVOLVIMENTO COM PROSTITUIÇÃO
O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) é um estreante no Parlamento, mas já angariou um imenso prestígio entre seus pares. Em apenas dezessete meses de mandato, ele foi escolhido para um dos postos mais importantes do organograma da Câmara dos Deputados: a presidência do Conselho de Ética. O cargo, que garante visibilidade e poder, principalmente em decorrência dos sucessivos escândalos de corrupção envolvendo políticos, exige isenção para expurgar amigos e correligionários quando necessário. Seu ocupante deveria apresentar, além disso, uma biografia acima de qualquer suspeita. O deputado Moraes não tem esses requisitos. O corregedor da Câmara, Inocêncio Oliveira, acusou-o de atrasar propositalmente a abertura do processo de cassação do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, envolvido em um esquema de desvio de dinheiro do BNDES. Moraes também já foi questionado por responder a ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma delas é bisonha: manter um telefone público na casa do próprio pai. A parte mais constrangedora do currículo do parlamentar gaúcho, porém, data do início de sua carreira política, quando ele foi acusado de receptação de jóias roubadas e de envolvimento com uma rede de prostituição – crime pelo qual chegou a ser condenado em primeira instância.
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A ENTREVISTA
“QUANDO A GENTE MENOS ESPERA A NOSSA HORA CHEGA...COMO É O TEU NOME MESMO?"
Seguem abaixo trechos de duas entrevistas concedidas por Sérgio Moraes à VEJA: uma por telefone e outra pessoalmente. Ele parece integrar o time reduzido das pessoas que não gostam da revista. E eu posso entender por quê.
Deputado, estamos fazendo um perfil do senhor e...
Eu já sei. Já fui informado de tudo. Vocês querem me f... Foram vasculhar a minha vida na minha cidade. Eu sei tudo o que acontece lá. Vocês querem me destruir, eu sei. A Fiesp deve estar com muita raiva do Paulinho (deputado Paulo Pereira da Silva, que responde a processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética presidido por Moraes).
Estou fazendo uma reportagem...
Reportagem de m... Reportagem coisa nenhuma. Vocês gostam de sangue. A VEJA está a serviço da Fiesp, que é contra o Paulinho. Querem acabar comigo para atingir o Paulinho. Foram remexer em coisas que aconteceram vinte anos atrás...
(...)
O senhor era dono de uma casa de prostituição?
Era um bar. Tinha comida à venda. Toda a cidade ia lá. Prefeito, vereador, empresários.
Mas a sua boate era freqüentada por garotas de programa, inclusive menores de idade.
Eu não podia impedir ninguém de entrar lá.
(...)
Mas o senhor foi denunciado pelo Ministério Público e condenado à prisão, em primeira instância, pela Justiça.
Cuidado com o que tu fala. A VEJA é bandida. É uma guilhotina. Vocês querem sangue.
(...)
No aeroporto de Porto Alegre, depois de concluída a segunda parte da entrevista, gravada pelo deputado, ele desligou o aparelho e levantou-se da cadeira. Com o olhar fixo e o dedo em riste, avisou:
"A Justiça que importa é a lá de cima. Quando a gente menos espera a nossa hora chega...Como é o teu nome mesmo?"
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