sábado, 21 de junho de 2008

O esquema, desbaratado ontem, foi montado por três grandes grupos de empresas e começou no governo Fernando Henrique Cardoso, informou a PF.

Os empresários e lobistas manteriam sob seu controle funcionários públicos federais e municipais, encarregados de analisar os projetos de interesse das empresas e repassar informações privilegiadas.

Quando a verba estava prestes a ser liberada, os lobistas ou parlamentares, ainda segundo a PF, faziam a aproximação dos empresários com os prefeitos. Dava-se então o direcionamento das licitações. As empresas entregariam obras com padrão de qualidade abaixo do combinado. O dinheiro não gasto seria rateado entre os envolvidos: empresários, prefeitos, servidores, fiscais e parlamentares.

As apurações começaram no Tribunal de Contas da União (TCU), com 29 municípios mineiros. Comprovado direcionamento das licitações, a PF de Governador Valadares (MG) foi acionada. Quando chegou aos deputados, que têm foro privilegiado, remeteu o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro que relata o caso, Cezar Peluso, enviou para a primeira instância as investigações de servidores e empresários e para a Justiça Federal as denúncias contra prefeitos. De acordo com o superintendente da PF em Minas, David Salem, serão abertos 200 inquéritos, um para cada obra fraudada.

À noite, o Ministério das Cidades informou em nota que demitiu os servidores Luis Cláudio de Vasconcelos e Frederico Carlos de Carvalho Soares, presos na operação. A nota acrescentou que o ministério não firma contratos com prefeituras nem com governos estaduais, sendo essa atribuição específica de instituição financeira.

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