Um relatório preliminar do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Sul aponta irregularidades como "omissão de receita" de cerca de R$ 18 milhões em contratos do Banrisul com a Faurgs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) para desenvolver projetos de modernização tecnológica, informa nesta terça-feira (17) do jornal Folha de S.Paulo.
O suposto desvio de dinheiro faria parte do esquema que envolve o governo tucano de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul e que tem reflexo também em outras estatais. O Detran local, por exemplo, teria sido usado para um desvio de R$ 44 milhões.
Segundo a reportagem desta terça, a Faurgs apresentou em seus demonstrativos contábeis receita de R$ 6,2 milhões no exercício de 2006. No entanto, naquele ano, recebeu só do contrato com o Banrisul R$ 24,2 milhões.
O Tribunal considerou irregular também o fato de a fundação, contratada sem licitação, subcontratar empresas para desenvolver os projetos. A inspeção no Banrisul teria sido feita com base em dossiê com denúncias encaminhado pelo vice-governador do Estado, Paulo Afonso Feijó (DEM), no fim de 2007 ao TCE e ao Ministério Público Estadual.
O banco é presidido por Fernando Lemos (PMDB) desde o primeiro ano do governo Germano Rigotto (2002-2006). Ele foi mantido no cargo pela tucana Yeda.
Os presidentes do Banrisul, Fernando Lemos, e da Faurgs, Nilton Paim, contestaram o relatório do TCE e disseram que o documento é inicial, não apontando improbidade.
O Banrisul confirmou o repasse de R$ 24,2 milhões em 2006 e disse que os produtos e serviços contratados foram entregues, prestados ou estão em produção, e disse não entender como ilegal a contratação da Faurgs e que a falta de licitação foi uma forma para não divulgar estratégias sigilosas.
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