Incrível como esse pessoal do PTB (BOB JEFFERSON E CIA) gosta de aparecer em vídeos e citar pessoas importantes. Nesse vídeo abaixo, apreendido na PRÓPRIA GAVETA DO PREFEITO (INACREDITÁVEL), Alberto Bejani-PTB- Prefeito de Juiz de Fora, é filmado recebendo propina de empresários do transporte coletivo municipal. Logo à seguir, Bejani cita uma reunião com José Dirceu.
Já pensou se José Dirceu ainda estivesse no Governo?
A prova do crime
A prova do crime
Prefeito filmado recebendo propina envolve ex-ministro José Dirceu em negócio suspeito que lhe renderia R$ 7 milhões de comissão
ANDREI MEIRELES E RODRIGO RANGEL
A prova mais contundente da operação policial que levou de volta à cadeia o prefeito de Juiz de Fora (MG), Carlos Alberto Bejani (PTB), saiu da gaveta do próprio prefeito. Na primeira fase da Operação Pasárgada, em abril passado, além de deter Bejani, a Polícia Federal apreendeu documentos, computadores, armas de uso exclusivo das Forças Armadas e R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo que o prefeito guardava em casa. As buscas se estenderam ao gabinete dele, na prefeitura. E foi justamente lá que os agentes encontraram um pacote com oito DVDs. Durante semanas, eles se debruçaram sobre o farto material. Era nos discos que estava a maior surpresa: eram vídeos, e neles havia cenas de corrupção explícita, em que o próprio Bejani era o personagem principal (assista acima).
ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, às gravações. As imagens mostram o prefeito recebendo maços de dinheiro e contando a propina. “Você não tem uma mala aí não?”, pergunta o prefeito, ao receber o dinheiro. Num dos vídeos, gravado em maio de 2006, Bejani fala de uma suposta reunião com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para tratar da liberação de R$ 70 milhões para a prefeitura. Sem saber que estava sendo gravado, ele dispara: “Sabe quanto isso dá de comissão? R$ 7 milhões”. O contrato, com a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades, foi assinado 50 dias depois.
Bejani foi preso pela PF no início da manhã desta quinta-feira (12), com mais 13 pessoas, entre elas o empresário Francisco José Carapinha, o Bolão, que aparece nos vídeos negociando a propina. Foi a segunda fase da Operação Pasárgada, destinada a investigar suspeitas de desvio de dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM, pago pela União às prefeituras de todo o país. Na primeira etapa da Pasárgada, em abril, foram presos 16 prefeitos de cidades mineiras e baianas, dentre eles Bejani, advogados e um juiz federal. A conta do desvio, dizem os investigadores, ultrapassa os R$ 200 milhões. O prefeito de Juiz de Fora passou 13 dias na cadeia. Saiu graças a um habeas corpus expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A investigação, entretanto, prosseguiu. E mirou principalmente na origem dos mais de R$ 1 milhão apreendidos na casa do prefeito. Acertou em cheio.
Os vídeos apreendidos na gaveta do prefeito preenchem justamente as lacunas que faltavam. Há tempos a polícia e o Ministério Público Federal suspeitavam de relações promíscuas de Bejani com empreiteiros contratados pela prefeitura e empresários donos de concessões municipais. Para explicar a origem do dinheiro recolhido na casa dele em abril, o prefeito chegou a dizer que era produto da venda de uma fazenda. Chegou a mostrar papéis que comprovariam o negócio, supostamente fechado com um advogado, Marcelo Abdalla. Interrogado, o advogado chegou a confirmar a transação. Mais tarde, a versão que parecia combinada ruiu. O próprio Abdalla, em depoimento de mais de dez horas prestado à PF e ao MP, tratou de desmentir a versão. E disse que o dinheiro seria fruto de propina paga ao prefeito por empresários de ônibus. O conteúdo dos DVDs levou para os autos a prova, em cores, do prefeito embolsando dinheiro suspeito.
Os vídeos foram todos gravados num mesmo lugar, uma acanhada sala onde funciona o escritório da Solução Car, concessionária de veículos de propriedade de Francisco José de Carvalho Carapinha, um conhecido empresário de Juiz de Fora. Carapinha, ou Bolão, há tempos é tido como um aliado de primeira hora de Bejani. Ele é dono de uma das sete empresas de ônibus que detêm concessão da prefeitura para operar o sistema de transporte público urbano na cidade, uma das maiores do interior mineiro, com mais de meio milhão de habitantes. É Bolão quem mais aparece, com Bejani, nas gravações. Também foi ele, de acordo com as informações colhidas pela polícia ao longo da investigação, quem escondeu a câmera no escritório. Apesar da boa amizade, queria ter o prefeito na mão. O próprio Bejani, ao saber da existência das gravações, tratou de pegar os DVDs (não se sabe justamente como), e os guardou na prefeitura. Não contava com a ação da polícia.
No primeiro vídeo, Bejani aparece cobrando de Bolão uma suposta comissão para autorizar o aumento do preço da passagem de ônibus na cidade. Segundo a investigação, Bolão seria o responsável por recolher entre os empresários do setor a propina a ser paga ao prefeito pelo reajuste do preço das passagens. A gravação é de 21 de dezembro de 2005. A tarifa do ônibus seria reajustada em janeiro: de R$ 1,30 para R$ 1,55. “Que que tá propondo?”, pergunta Bejani. “150 mil. 120 para você, 30 para mim”, responde Bolão. Bejani endurece na negociação. Queria que o lucro das empresas, no primeiro mês, fosse todo repassado para ele. “Agora a primeira tarifa. O primeiro aumento é meu”, diz o prefeito. Bolão insiste na proposta inicial. “Eu não vou, não vou fechar nada disso”, discorda Bejani. “Você vai me tirar fora do negócio?”, rebate o empresário. O prefeito insiste em receber toda a diferença no primeiro mês, que daria R$ 2 milhões, segundo cálculos da PF. Bejani, irritado, deixa a sala. Diz que vai deixar a negociação para depois. Pelo jeito, o endurecimento deu certo. Em outro vídeo, de abril de 2006, Bejani aparece sentado à mesa do escritório de Bolão. A mesa está cheia de maços de notas de R$ 50. Ao longo da conversa, o prefeito vai juntando o dinheiro, “referente ao pagamento da propina acertada pelo aumento da tarifa de ônibus”, segundo a polícia. Os dois tratam ainda de negócios com carros e imóveis. Nas imagens, Bejani aparece acomodando os maços de dinheiro em sacolas de supermercado.
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