sexta-feira, 20 de junho de 2008

Tarso: operação da PF não tem conotação política

O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a Operação João de Barro, deflagrada pela Polícia Federal, tenha conotação política, apesar de buscar combater fraudes em licitações públicas e desvio de recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e ter mandados de busca para gabinetes dos deputados federais Ademir Camilo (PDT-MG) e João Magalhães (PMDB-MG).
"Quero deixar absolutamente claro que todos os mandados de busca e prisão não têm nenhuma destinação voltada a qualquer região, a qualquer facção política. Eles obedecem estritamente os trabalhos dos órgãos de controle (Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União)", disse o ministro. "Da parte do governo queremos deixar reafirmado que essas operações são normais e vão continuar", afirmou.

"Existe uma luta sem trégua, forte, contínua e permanente contra a corrupção. Não vai ser mudada, independente de a obra estar ou não vinculada ao PAC", observou. "(Os desvios de recursos) são distorções locais que ocorrem com qualquer tipo de obra".

Segundo a PF, suspeita-se que a quadrilha tenha movimentado cerca de R$ 2,7 bilhões nos últimos meses. Ao todo foram expedidos 38 mandados de prisão e 231 de busca em apreensão em sete Estados e no Distrito Federal. A apuração dos policiais indica que a quadrilha desviava os recursos e empregava material de baixa qualidade, além de promover a distorção dos padrões previstos originalmente nas obras.

Ao comentar a operação da PF, Tarso Genro lembrou que o Congresso Nacional não é foco específico das investigações e disse que as buscas em gabinetes de deputados foram acertadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia.

"O Congresso não é nenhum foco. Essa operação foi realizada por determinação do procurador-geral, (e as apreensões nos gabinetes) foram feitas a partir de uma relação dele com o presidente Chinaglia", observou o ministro, comunicando que os policiais também fazem buscas no Ministério das Cidades, responsável por boa parte das obras do PAC.

"Não é uma investida contra a política, contra a Câmara, contra o Congresso, o Ministério das cidades ou qualquer órgão público ou partidário. É uma investida estável e continua", explicou. "Temos hoje um conjunto de operações que derivam de ações do TCU e da CGU. Estes inquéritos têm fundamentos técnicos dos próprios órgãos de controle. Nada tem a ver com (uma eventual) decisão arbitrária da Polícia Federal ou do Ministério da Justiça a respeito da busca de responsabilidades por determinados atos ilícitos".

Tarso Genro explicou ainda que a Polícia Federal buscou preservar a identidade dos suspeitos a fim de evitar uma "condenação antecipada" das pessoas. "O objetivo é não expor as pessoas que estão sendo presas ou fazê-lo o mínimo possível para fazer que a exposição não funcione como uma condenação antecipada", disse.

Fonte: Redação Terra

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