Alckmin cai de 31% para 26% das intenções de voto; Maluf e Kassab aparecem em empate técnico no 3º lugar
Carlos Marchi
Em um mês, a ex-ministra Marta Suplicy (PT) cresceu 7 pontos porcentuais e disparou na liderança pela disputa da Prefeitura de São Paulo, informa pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo. Ela aparece com 41%, abrindo 15 pontos porcentuais sobre Geraldo Alckmin (PSDB), que caiu 5 pontos e agora tem 26%. Na edição anterior do levantamento, Marta e Alckmin apareciam em empate técnico nos dois primeiros lugares.
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O crescimento de Marta deve estimular especulações sobre uma eventual vitória em primeiro turno. Para isso, a petista precisaria ter mais votos do que a soma dos outros candidatos, que atualmente chega a 46%.
Os outros candidatos permaneceram estáveis. O prefeito Gilberto Kassab (DEM), que disputa a reeleição, oscilou 2 pontos porcentuais para menos e, com 8%, está em empate técnico com o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), que se manteve com 9%. Soninha Francine (PPS) continua com 2% e Ivan Valente (PSOL) segue com 1%. Os demais não pontuaram.
Marta se descolou dos adversários apesar de ter enfrentado problemas recentes na campanha. Desde a pesquisa anterior, ela foi apontada como candidata "ficha suja" em levantamento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), por ser alvo de uma ação por supostas irregularidades com recursos públicos. Kassab chegou a distribuir milhares de panfletos explorando essa acusação, até ser incluído na mesma lista por ser có-réu em um processo contra o ex-prefeito Celso Pitta.
Na pesquisa espontânea - aquela em que os eleitores manifestam sua preferência antes de ler a lista de candidatos -, Marta tinha 24% em julho e agora subiu para 29%, com um acréscimo sempre acima da margem de erro. Já Alckmin fez percurso inverso: tinha 17% no mês passado e agora surge com 14%, com uma oscilação de 3 pontos porcentuais que fica dentro da margem de erro da pesquisa. Kassab tinha 6% e agora tem 7%. Maluf aparecia com 4% e oscilou para 5%.
NA BASE DA PIRÂMIDE
A candidata do PT deve muito de seu desempenho à base da pirâmide social, nas faixas de mais baixa escolaridade e renda. Entre os que têm até a 4ª série do ensino fundamental, Marta cresceu, desde julho, de 35% para 48%; entre os que têm entre a 5ª e a 8ª séries, sua ascensão também foi expressiva - de 43% para 51%; entre os que têm ensino médio, outro salto, de 36% para 44%. Apenas no segmento dos que têm ensino superior ela estacionou.
Entre os que ganham até 2 salários mínimos mensais, Marta subiu 19 pontos - em julho, tinha 39% e agora chegou a 58%. Esse patamar a aproxima dos números de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos, ela foi de 36% para 41%. E, finalmente, entre os que ganham mais de 5 salários mínimos, oscilou de 26% para 28%.
Nos mesmos grupamentos, a performance de Alckmin no mês teve sentido contrário. Entre os que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental, ele perdeu 3 pontos porcentuais desde julho; entre os que têm entre a 5ª e a 8ª séries, perdeu 4; entre os que têm ensino médio, perdeu outros 8; e entre os que têm ensino superior, oscilou 2 pontos para menos.
Nas faixas salariais, o desempenho do tucano não foi muito diferente. Entre os que ganham até 2 salários mínimos, ele caiu 9 pontos porcentuais, descendo de 26% para 17%; entre os que ganham entre 2 e 5 salários mínimos, oscilou 3 pontos para menos, de 30% para 27%, dentro da margem de erro da pesquisa; e entre os que ganham acima de 5 salários mínimos, na qual imperava, com 40%, agora tem 36%.
A rejeição da petista caiu de 33% para 27%.
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