Mauro Braga
Quando o rumo das conversas diárias foca na nossa política, é possível perceber que, cada vez mais, não há fórmula, regras de bons costumes ou lei que segure as ações dos representantes da população. Remando contra a maré, alguns se despem de qualquer tipo de ética e optam pela velha filosofia da "farinha pouca, meu pirão primeiro". Se os escolhidos para defender os interesses da sociedade se sentem ameaçados em seus interesses particulares, logo dão um jeito de burlar "legalmente" seus obstáculos, se é que isso pode ser dito. Falta vergonha.
O "belo exemplo" agora (mais um) vem do prefeito do Rio, Cesar Maia, que, após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que políticos não realizem a contratação ou mantenham parentes em cargos públicos administrativos, deu logo um jeitinho para salvar a pele de sua própria irmã, Ana Maria Maia, que ocupava o cargo de subsecretária Especial de Eventos. Malandramente, o prefeito criou uma nova pasta, e promoveu a sua maninha ao cargo de secretária Especial de Eventos.
Com isso, jogou o caso na lista de exceção à regra na súmula vinculante do STF, onde são admitidos apenas os casos de ocupação de cargos políticos e não administrativos. Alguns poderão acusar o prefeito de ter sido incoerente, mas no que, de fato, se pautou pela racionalidade nos últimos meses, no que diz respeito à administração municipal?
O prefeito sumiu, ninguém sabe, ninguém viu; seus contatos se resumem via email. Empregou recursos monstruosos em uma única obra de menor prioridade, dezenas de pessoas morreram por uma epidemia que sequer tem, hoje, uma política de prevenção séria para que uma nova tragédia não se repita no próximo ano. E por aí vai. Normalidade, que nada. Seria esperar muito, né?
Nenhum comentário:
Postar um comentário