A imprensa local quiz saber a opinião do condecorado sobre os escândalos de corrupção que derrubaram o núcleo duro do governo estadual e apontam que a própria governadora teria comprado uma mansão com dinheiro do caixa dois de sua campanha em 2006. "Quando há denúncia, tem de apurar. Não tem outro jeito", conformou-se FHC.
Em discurso de cinco minutos no Salão Negrinho do Pastoreio, do Palácio Piratini, FH agradeceu a comenda: "Já recebi muitas homenagens como presidente e antes de ser presidente, mas as que valem são as de depois (da Presidência), quando já não se é outra coisa senão um cidadão brasileiro que ama essa pátria", comentou, nostálgico.
Yeda confirmou indiretamente a maré baixa de honrarias, ao comentar que notou o orgulho do ex-presidente quando convidou-o por telefone para receber a homenagem.
FHC recebeu das mãos da governadora a Comenda Ordem do Ponche Verde, no grau grã-cruz. Criada em abril de 1972, a comenda é a maior distinção que o governo gaúcho pode conceder a alguém.
"Quero compartilhar com os senhores a oportunidade que estamos tendo de homenagear um estudioso do Rio Grande do Sul", disse a governadora ao fazer a entrega. Uma das primeiras obras do jovem sociólogo ainda simpático ao marxismo, nos anos 70, foi Capitalismo e escravidão no Brasil meridional, sobre as charqueadas escravocratas da região de Pelotas.
Conforme a imprensa gaúcha, FH manteve uma agenda discreta em Porto Alegre. Ele desembarcou ao meio-dia no Aeroporto Internacional Salgado Filho sem recepção do PSDB. Esperavam o tucano apenas os organizadores do seminário Brasil: o que Fazer? Os ex-presidentes respondem, promovido pela revista Voto. FH foi um dos palestrantes do evento, realizado à noite.
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