Candidatos de partidos da base aliada do governo lideram pesquisas em 19 das 26 capitais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não anunciou quem será seu candidato à sucessão, mas o escolhido deverá partir para a campanha com uma invejável rede de apoio nas capitais brasileiras. Hoje, candidatos de partidos da base aliada do presidente lideram as pesquisas de intenção de voto em 19 das 26 capitais, levando vantagem até em importantes redutos políticos administrados pela oposição, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Para se ter uma idéia do que representa esse potencial político, as 19 capitais que estão se alinhando com o governismo representam um universo de aproximadamente 22,5 milhões de eleitores, excluindo o total de Belo Horizonte. Do lado da oposição, os apoios das capitais representam cerca de 4,9 milhões de eleitores.
O desempenho reflete a alta popularidade de Lula, cujo governo estabeleceu sua melhor marca de aprovação, segundo pesquisa do Datafolha, publicada sexta-feira, impulsionado por bons resultados na economia, como o crescimento de 6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa projeção de vitórias aliadas nem leva em conta a situação peculiar de Belo Horizonte, onde o líder das pesquisas, Márcio Lacerda, pertence a um partido da base aliada (PSB), mas ligado politicamente tanto a um governista (o prefeito petista da capital mineira, Fernando Pimentel) como a um oposicionista (o governador tucano Aécio Neves).
Se o atual cenário se confirmar nas urnas, o futuro candidato governista à Presidência terá a seu favor uma base de apoio municipal superior à que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso repassou para seu candidato, José Serra, na eleição de 2002.
Na ocasião, Serra saiu do Ministério da Saúde para se tornar o candidato oficial de Fernando Henrique tendo apenas 13 das 26 capitais alinhadas à base governista. O atual governador de São Paulo acabou derrotado por Lula.
Obviamente, o bom resultado dos governistas nas eleições municipais não garante a vitória automática na sucessão presidencial. Mas amplia consideravelmente a capilaridade de sua campanha e garante palanques nas maiores cidades do País.
Esse aspecto acaba sendo mais vantajoso no caso de Lula confirmar a tendência de bancar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Estreante em campanhas, Dilma precisa mais do que outros candidatos desse tipo de apoio regional, justamente para tornar seu nome mais conhecido. Natal vive situação peculiar. Micarla de Souza lidera as pesquisas e pertence ao PV, partido da base que controla, inclusive, o Ministério da Cultura.
Apesar disso, politicamente Micarla é ligada ao líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), e à senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Agripino é um dos principais críticos do governo no Senado. Se Micarla for eleita, entretanto, há quem aposte que ela se aproximará do governo federal, aumentando ainda mais o arco de aliados de Lula eleitos.
Os governistas têm esperanças de melhorar ainda mais seu desempenho na votação municipal. Com o bom momento da economia, acreditam que podem impedir a vitória da oposição em pelo menos mais duas capitais: Salvador e São Luís. Na capital baiana a aposta é no crescimento do petista Walter Pinheiro ou numa reação do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB). No momento, a vantagem é do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM).
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