terça-feira, 30 de setembro de 2008

Gilmar Mendes evita comentar laudo sobre maletas da Abin

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, evitou comentar nesta terça-feira (30/09) o laudo do Exército que atesta que os equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não podem grampear celulares. O documento indica que os aparelhos em poder da agência não teriam sido usados para grampear a conversa de Gilmar com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Ao ser perguntado sobre o resultado da perícia, o presidente do STF disse que prefere aguardar o resultado da investigação da Polícia Federal sobre o caso. "Não vale a pena travar a discussão neste plano. Vamos aguardar a evolução dos acontecimentos. Nós temos uma investigação da Polícia Federal em andamento, e vamos ter um inquérito certamente conclusivo sobre o assunto" - disse o ministro, após abrir uma reunião do Conselho Nacional de Justiça.

Complicou a situação do ministro da Defesa, Nelson Jobim

O laudo do Exército que indica que os equipamentos da Abin não podem fazer escuta em celulares foi enviado na semana passada à CPI do Grampo, em caráter confidencial. O resultado da perícia foi revelado no último sábado e complicou a situação do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele acusou a Abin de ter aparelhos de grampo e é apontado como responsável pelo afastamento do diretor-geral da agência, Paulo Lacerda.

No dia 18, Gilmar criticou o laudo da PF que, assim como o do Exército, isentou a Abin da posse de maletas capazes de grampear celulares. "Isso diz pouco. Simplesmente afirma que as maletas de que a Abin dispõe não teriam a possibilidade de fazer a interceptação. Estamos num mundo muito complexo para que nós tenhamos uma resposta muito simples", afirmou na ocasião o presidente do STF.

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