Após o ato, os trabalhadores seguiram em passeata até o Palácio da Liberdade, entoando palavras de ordem e levantando faixas e bandeiras em repúdio ao sucateamento da educação em Minas e pela imediata implantação do piso de R$ 950 para trabalhadores em educação com formação de nível médio para a jornada de 24 horas. A pauta de reivindicações defende ainda condições adequadas de trabalho e garantia de atendimento à saúde, visto que muitos professores estão sendo vitimados com o aumento das doenças ocupacionais causadas pela intensificação do trabalho no interior das escolas.
Conforme denuncia o secretário nacional de Formação da CUT e diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado de Minas Gerais (Sind-UTE), José Celestino Lourenço (Tino), "tal lógica se insere dentro do que o governo Aécio chama de 'Estado de resultados' ou 'choque de gestão' que justifica a recusa em implementar a Lei do Piso, que visa a contratação de mais trabalhadores a partir do aumento para 33% do tempo da jornada para atividades extraclasses".
Para descumprir a lei, alertou Tino, "alegam que Minas, o segundo Estado que mais arrecada na Federação, não tem condições de pagar o Piso Nacional, mas arrecada só de ICMS um bilhão ao mês e do Fundeb mais 200 milhões, só para ficar em alguns dados conhecidos".
A coordenadora geral do Sind-UTE, Maria Inez Camargos denunciou que "praticamente todos os pisos da educação no Estado giram em torno de R$ 330,00, o que a maior parte da imprensa esconde" e que a categoria está sendo chantageada, por meio de alguns representantes governamentais dentro das escolas, para suspender o movimento. "A pressão vem sendo proporcional ao crescimento das adesões à greve. São ameaças de demissão, de avaliação de desempenho insuficiente, numa tentativa de dividir os professores e enfraquecer o movimento que está conseguindo, pela sua amplitude, romper até o silêncio da mídia", declarou Inez.
Na última segunda-feira (8), a comissão de negociação do Sind-UTE participou de audiência com o secretário adjunto de Educação, João Filocre. Na ocasião, a Secretaria de Estado da Educação (SEE) informou que apresentará à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), parecer fundamentado e sua posição favorável a alguns pontos da pauta de reivindicações, entre elas: o pagamento do rateio de férias aos designados, proporcionalmente aos meses trabalhados não importando a data de designação e a manutenção dos direitos adquiridos aos trabalhadores que ficaram afastados do efetivo exercício por mais de 300 dias.
A SEE afirmou sobre a possibilidade de rever outras questões como os critérios para eleição de diretor e o compromisso de realização de concurso público em 2009 - inicialmente para superintendências regionais e depois para outras áreas pedagógicas. O Sindicato exigiu que este posicionamento do governo seja formalizado.
Em relação à questão salarial, o governo afirmou que não paga o piso de R$ 950 para 24 horas, e não apresentou outra proposta. Informou que está fazendo uma análise do perfil remuneratório do Estado. Para pressionar o governo, cerca de 100 trabalhadores permaneceram em vigília na SEE durante toda a audiência.
Nesta sexta-feira (12.09), está agendada uma nova audiência na sede da Secretaria Estadual de Educação. O Sind-UTE/MG solicitou a participação da Seplag.
Com informações do www.sindutemg.org.br <http://www.sindutemg.org.br/>
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