sexta-feira, 26 de setembro de 2008

PELAS COSTAS


FHC defende que Serra se licencie

SÃO PAULO - Durante evento realizado ontem em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ser favorável a que o governador José Serra se licencie do cargo para se engajar na campanha municipal em São Paulo. "Agora, é hora de pensar em vencer o PT", afirmou o ex-presidente, por ocasião do debate "O Futuro do Pré-Sal".

"É possível que Serra se licencie para entrar na campanha da Prefeitura. Não conversei com ele sobre isso ainda, provavelmente ele vai esperar (o segundo turno)", afirmou. Fernando Henrique defendeu a idéia de que o governador paulista entre na campanha, da mesma forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem atuando, como cabo eleitoral dos candidatos da base aliada.

O ex-presidente disse ainda que a licença de Serra deve ocorrer não apenas na possibilidade de o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) ir para o segundo turno, mas também caso o atual prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) dispute contra Marta Suplicy (PT). "O governo dele (Kassab) é uma continuidade do governo Serra", sustentou, num contraponto às pesadas críticas que estão sendo feitas pelo candidato de sua legenda. Fernando Henrique disse ser contra eventuais punições aos tucanos que estão na campanha do prefeito Gilberto Kassab.

Na avaliação de Fernando Henrique, ainda não está claro quem irá disputar o segundo turno contra a candidata Marta Suplicy. Por esse motivo, o ex-presidente disse que vai guardar "energia" para essa etapa, quando ele acredita que PSDB e DEM deverão se unir contra o maior adversário das duas legendas neste pleito, o PT.

Serra não confirma

A assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes não confirmou um eventual afastamento do governador paulista. "Não há nada previsto. Não confirmamos esta informação", disse a assessora de imprensa Maíra Gaban.


MUITO GRAVE


A candidata Marta Suplicy ironizou a possibilidade de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador José Serra entrarem na campanha no segundo turno. "Tá tão grave assim?", afirmou, em uma referência indireta à situação da campanha de seu adversário do PSDB, Geraldo Alckmin (PSDB).

No período da tarde, Marta voltou a abordar o assunto. "Deixem os adversários lá se matarem, faltarem ao respeito um com o outro, serem truculentos, desrespeitarem a população, que não está interessada nessa briga", disse, após fazer uma visita ao comércio de Brasilândia, na Zona Norte da capital.

Para ela, "seria ótimo" se a disputa se tornasse um embate entre Fernando Henrique e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ia ser de dez a zero", provocou.


ALCKMIN TAMBÉM


Já o candidato Geraldo Alckmin aprovou a sugestão de FHC. "É uma decisão de foro íntimo do governador. Ele é quem pode avaliar a melhor maneira de participar, seja no primeiro ou no segundo turno", afirmou, após almoçar com representantes da comunidade portuguesa na Casa de Portugal, no Centro. Questionado sobre o peso político de Serra em um eventual segundo turno contra o PT, Alckmin respondeu: "Claro que ajuda, e ajuda muito. Serra é fundador do partido e um companheiro nosso do PSDB."

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