Em entrevista à TV Bandeirantes, Serra fugiu de suas responsabilidades e levianamente acusou o PT, a CUT, a Força Sindical e deputados de estarem por trás do conflito. Foi rebatido pelo presidente do PT em São Paulo, José Américo Dias, para quem o governador tenta de forma "oportunista" jogar nas "costas do PT um problema que é dele".
"Ele ganhou o governo com perspectiva de melhorar os salários, com essa promessa, e, ao contrário, o que ele fez foi trair as promessas que fez quando era candidato e agora diante da greve que já dura mais de 30 dias, diante de um movimento que é legítimo, tenta tirar o corpo fora e politizar a questão", afirmou.
Dias disse que os deputados que estavam presentes na manifestação são do PDT, PV e PT e participaram do ato porque apóiam o movimento. "Ele (Serra) precisa aprender a lidar com a democracia. É para criminalizar os movimentos sociais, mais uma vez."
E emendou: "a convivência com o PFL (o DEM) está fazendo muito mal a ele. Está transformando ele em uma pessoa autoritária".
O confronto
Policiais civis que realizavam uma passeata nesta tarde nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, entraram em confronto por volta das 16h com policiais militares. A Polícia Civil está em greve no Estado desde o dia 16 de setembro.
Os manifestantes teriam tentado furar um bloqueio da PM. Ainda não há a confirmação do número de feridos, mas o Hospital Israelita Albert Einstein confirmou que recebeu vítimas do confronto.
Estão no local carros do Corpo de Bombeiros, camburões da PM e da tropa de choque, que chegou a utilizar bombas de gás de pimenta e lacrimogênio contra os grevistas. Dois helicópteros e uma ambulância também foram enviados para a área.
O presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Elquias de Oliveria (AFPCESP), disse que os policiais civis que estavam na manifestação pediram, por meio de carro de som, que eles largassem os escudos e cacetes para entrar no Palácio dos Bandeirantes para protestar.
"A PM veio agredindo os policias civis. E os policiais civis gritavam através do carro de som que estavam com o mesmo salário arrochado e que eles guardassem os escudos e cacetes e os acompanhassem no protesto ao governo, porque mais de 100 mil policiais civis e militares estavam passando fome e eles estavam jogando bomba contra os policiais", disse Oliveira.
Segundo o presidente da associação, o confronto aconteceu atrás do Palácio quando os policiais civis iam começar a subir para ir para a frente do prédio. "O objetivo é protestar em frente ao Palácio. Evidente que lideranças queriam que governador os recebesse".
"O tumulto foi criado pelo governo e pela Polícia Militar, porque os PMs estão a serviço do governo", disse o presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, João Batista Rebouças Neto, também isentou a categoria da culpa pelo conflito criado na tarde desta quinta-feira (16) nas imediações do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo.
Rebouças disse que não foram eles quem começaram o conflito e que somente uma comissão do sindicato se dirigiria até o Palácio dos Bandeirantes. O líder da categoria afirmou que a greve vai continuar e que os manifestantes iriam sair de perto do Palácio.
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