quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"O direito de saber '

A mídia golpista trouxe à baila a questão da campanha de Marta Suplicy, em que o marqueteiro pergunta sobre o conhecimento do eleitor, em relação ao Adversário, Gilberto Kassab. A acusação da vez é sobre a SEXUALIDADE do atual prefeito, pelo que parece, ficou abalada nas últimas semanas. Se Kassab é gay, não importa, importa é saber o que ele pode fazer em prol da pessoas que pretende governar, já que ser gay não desabona ninguém. Prejudicial é a sua ligação AO DEM, partido de EXTREMA DIREITA e atraso secular.

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

Nisso, devemos ter em mente fatos acontecidos, semelhantes a esse, num passado recente(1989) por ocasião do pleito para a Presidência da República, mais especificamente no segundo turno, onde disputavam LULA x COLLOR, e criticar o comportamento da Mídia dominante (REDE GLOBO), para justificar a EDIÇÃO DO DEBATE pró COLLOR, posteriormente.

O Globo publicou, em 14 de dezembro de 1989, data em que a televisão transmitiria, à noite, o debate que decidiria a eleição presidencial em favor de Fernando Collor, o seguinte editorial, destacado na primeira página:


"O direito de saber '

"O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos.

"O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia.'

"A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los. '

"Nos Estados Unidos, por exemplo, com freqüência homens públicos vêem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor. Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca - para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços. Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana. '

"Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito. '

"O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.'

"Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Miriam Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.'

"A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de 'baixaria'.

"É chocante mesmo, é lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.'

"É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.

"Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade - e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência."

Então resta-nos a seguinte indagação: Houve exageros por parte dos marqueteiros de Marta, ou tudo não passa de desespero dos mesmos de sempre? Para mim fica evidente os golpes costumeiros contra o PT, desferidos pela elite dominante. Basta que o povo (maior prejudicado) não se submeta a esses caprichos, que no final, tem endereço certo: DOMINAÇÃO e PRIVILÉGIOS da elite, em detrimento desse povo sofrido.


Fragmentos extraídos do texto 'Um fato jornalístico: o "furo" revelador da "Caros Amigos", publicado em http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=20134

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