O Banco do Brasil acaba de emprestar 7 BILHÕES ao Banco Votorantim, do senhor Ermirio de Moraes. O capital desse banco (suas empresas se chamam Votorantim) é de 13 BILHÕES, tendo "emprestado" 7 o BB deveria assumir como acionista majoritário, não assumiu. O grupo Ermirio de Moraes é "dono" de uma das empresas mais ricas e poderosas do Brasil. Sempre agiu defendendo seus interesses particulares, jamais ligou para as prioridades do Brasil. Ninguém ouviu o senador Tasso Jereissati convocar Ermirio de Moraes junto com o presidente do BB. E olhem que 7 bilhões representam 3 vezes e meia a mais do que os 2 da Caixa-Petrobras.
Tasso Jereissati convocou para depor no Senado o presidente da Petrobras e o presidente da Caixa Econômica. Motivo: a Caixa teria emprestado 2 bilhões à Petrobras. O senador e ex-governador do Ceará "achou muito estranho esse empréstimo, exige (a palavra que usou) explicação dos dois presidentes". E contestou o próprio senador Casagrande, que ouviu o presidente da Petrobras.
Desde 2001 está sendo processado pela falência do Banco do Ceará, era governador. Senador em 2002, o processo engavetado no Supremo. Soube que vai andar, será?
A propósito: o ínclito, ilustre e ilibado Tasso Jereissati está respondendo a processo pela falência do Banco do Estado do Ceará, BEC. (A acusação e o processo têm 7 anos. Tudo foi publicado na Folha, em 1 de outubro de 2001).
"Jereissati (está textual na matéria, que transcrevo) faliu o banco oficial DESPEJANDO (palavra da própria Folha, apenas destaquei) dinheiro nas mãos dos financiadores de sua campanha".
A Folha acrescenta na Primeira de 1 de outubro de 2001: "O Banco Central fez auditoria e comprovou todos os dados e acusações". A campanha citada pela Folha há 7 anos foi a de senador em 2002.
Nessa campanha, Jereissati carregou também para o Senado Dona Patricia Saboia. Os dois se elegeram, claro.
O dinheiro era muito e as vagas, duas. Os mandatos acabam agora. Jereissati apoiou Dona Saboia para prefeita de Fortaleza, perderam e logo no primeiro turno.
Agora como falam muito na prescrição do "crime de tortura" e questionam a anistia dada aos dois lados, Jereissati quer saber: "Crime de corrupção prescreve?". Eleito senador em 2002, "ganhou" foro privilegiado. Mas está com medo.
Já foi informado que o Supremo pode examinar essas acusações, que há 6 anos "dormem placidamente nas gavetas".
A propósito: o brilhante Antonio Sebastião de Lima, que se aposentou muito cedo, é professor e grande figura.
Num artigo, revelou com extraordinária competência: "É grande a influência da TV Justiça no comportamento do Supremo. Nenhum ministro VOTA EM MENOS DE 1 HORA, contra ou a favor do relator".
Perguntinha inútil, inócua, ingênua: corrupção prescreve? Ou provoca mais corrupção? Quem souber, informar ao senador Jereissati.
HÉLIO FERNANDES
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