Partido apresenta novos documentos sobre suposto caixa dois na campanha eleitoral da governadora do Rio Grande do Sul
O PSOL apresentou nesta segunda-feira novos documentos que, segundo o partido, reforçam a denúncia sobre o suposto caixa dois na campanha eleitoral da governadora Yeda Crusius (PSDB), em 2006.
Segundo a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), os documentos também demonstram que o marido de Yeda, Carlos Crusius, era um arrecadador informal da campanha e ficava com parte do dinheiro para benefício pessoal.
"O marido da governadora era um arrecadador informal. Ele [Crusius] recebia esse dinheiro [das doações] e não passava para a campanha. Ele [Crusius] tenta desqualificar e desmente a existência de caixa dois. Mas os documentos reforçam a suspeita da existência de caixa três, ou seja, a apropriação de parte dos recursos do caixa dois", disse a deputada.
Luciana disse ainda que foi com o dinheiro do "caixa três" que Yeda e seu marido compraram, em dezembro de 2006, uma casa avaliada em R$ 750 mil.
Procurado pela reportagem, o governo gaúcho ainda não se posicionou sobre a denúncia do PSOL. A reportagem também não localizou Carlos Crusius para comentar o assunto. Em entrevista ao jornal "Zero Hora", Crusius nega que tenha recebido recursos da campanha.
O partido apresentou cópias de dois e-mails enviados por dois executivos do Rio Grande do Sul solicitando adesão à campanha de Yeda. Um deles indica que o recebedor da "encomenda" seria o "marido" --mas não diz de quem.
O outro e-mail relaciona seis empresas que colaboraram com a campanha de Yeda. Segundo o PSOL, pelo menos duas empresas não constam na lista de doadores oficiais encaminha à Justiça Eleitoral.
Para Luciana Genro, os e-mails caracterizam uma "provável" doação que não foi contabilizada e se somam ao "conjunto de evidências" contra a campanha de Yeda.
A deputada disse que os documentos serão enviados ao Ministério Público do Estado e ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Sul, que já arquivaram investigação contra Yeda sobre a compra da casa.
O PSOL também vai pedir à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para pedir continuidade no processo de impeachment de Yeda feito no ano passado pelo partido. O pedido está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O partido vai reivindicar, no mínimo, o afastamento provisório da governadora para não atrapalhar as investigações.
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